Cotidiano

Aterros: municípios da região debatem formação de consórcio

Aterros: municípios da região debatem formação de consórcio

Cascavel – A construção de aterros sanitários mais modernos e ambientalmente adequados foram tema de uma reunião com representantes de 11 dos 18 municípios da área de abrangência do Ciscopar (Consórcio Intermunicipal de Saúde Costa Oeste do Paraná). Eles estiveram reunidos na tarde de segunda-feira (16) na sede da entidade para tratar da destinação de resíduos sólidos urbanos em Toledo e região.

Os representantes debateram a necessidade de construir ou adequar em linha de um chamamento público da Caixa Econômica Federal e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que visa à estruturação de PPPs (Projetos de Concessão ou Parcerias Público-Privadas) no setor de Saneamento Básico, na modalidade manejo dos resíduos sólidos urbanos de origem domiciliar.

O assunto já havia sido previamente debatido entre executivos da Caixa e gestores de Toledo e Assis Chateaubriand na última quarta-feira (11), quando surgiu a ideia de incluir no estatuto a destinação de resíduos sólidos entre as finalidades da entidade, aproveitando-se da estrutura já existente e agilizando o processo de formação de consórcios. A proposta foi apresentada aos presentes e, para ser levada adiante, vai precisar da autorização legislativa de todos os municípios que são membros do Ciscopar.

Para fornecer subsídios aos presentes, o supervisor da filial de Governo da representação da Gerência Executiva de Governo de Cascavel, Marcelo Peres de Peres, falou a respeito do Fundo de Apoio a Estruturação de Projetos de Concessão e PPP que será o responsável por viabilizar iniciativas que visam à melhor destinação dos resíduos.

“Apesar de ainda estar no começo, já há 12 consórcios desta natureza no país, os quais atendem 156 municípios onde residem 6,5 milhões de pessoas, com investimentos totais de R$ 12,7 bilhões. É um arranjo complexo, mas altamente bem-sucedido e nós nos colocamos à disposição de todos para dirimir todas as dúvidas”, observou.

Segundo Marcelo, os aterros sanitários existentes não precisam ser deixados de lado, mas os municípios que ainda não o têm podem se beneficiar com esta parceria. “Os acompanharemos em todas as fases do processo, desde a captação de recursos até a entrega do projeto feito pela consultoria contratada, a qual apresentará as soluções mais adequadas no território de abrangência”, complementou.

O prefeito de Toledo, Beto Lunitti, mencionou a experiência recente de constituição de uma PPP para os serviços relacionados à iluminação pública nos mesmos moldes e destacou que o timing para se fazer algo nesta área é agora, mas que eles “tem o objetivo bem claro de não colocar sob risco os serviços especializados em saúde oferecidos pelo Ciscopar em detrimento de uma futura inclusão do manejo de resíduos sólidos urbanos no rol de atividades do consórcio”.

O presidente do Ciscopar e prefeito de Assis Chateaubriand, Valter Aparecido Souza Correia, destacou que a entidade tem caráter multifinalitário. Para isso, seria criada uma câmara técnica para cada área e toda uma estrutura que já existe seria aproveitada, sem a necessidade de arcar com os custos com a criação de uma nova. “O município que quiser continuar dependendo do Ciscopar só para o atendimento em saúde, não estará obrigado a aderir ao consórcio na área de resíduos sólidos urbanos. Portanto, seja qual for a decisão das prefeituras e câmaras municipais, a população não será prejudicada”, pontuou.

Em virtude da falta de consenso entre os presentes, uma segunda reunião sobre o assunto ficou previamente marcada para a terça-feira (24), às 9h, na sede da Ciscopar.

Aterro de Cascavel é o único do Paraná a distribuir biogás

Cascavel – O Aterro Sanitário de Cascavel é o único do Paraná a distribuir biogás para outras unidades consumidoras municipais. A economia com a energia elétrica é de cerca de R$ 83 mil ao mês, fechando em quase R$ 1 milhão no ano passado. Elmo Rowe Júnior que é engenheiro e responsável pelo o Aterro Sanitário disse que a intenção é de dobrar a produção nos próximos dois anos, já que a intenção é criar uma nova usina no local.

Elmo explicou que a produção de energia começou em 2007 e até 2017 tudo que era produzido era consumido dentro do próprio aterro. A partir disso, com novos investimentos a produção aumentou e passou a ser enviada a outros locais de Cascavel e atualmente chega a 100 mil KWh. Somente no ano passado foram processadas mais de 100 mil toneladas de lixo, mas ainda 27% desse lixo poderia ser reciclado, se fosse separado corretamente pelos moradores.

O engenheiro explicou que todo material é coberto e o manejo de lixo de forma adequada elimina o mau cheiro e que biogás que é coletado por tubulações no aterro vai para uma usina. Mas mesmo assim, atualmente eles conseguem aproveitar apenas 20% do gás produzido os outros 80% precisam ser queimados.

O aterro sanitário de Cascavel entrou em operação em 1996, ocupando uma área na zonal rural do Município de mais de 13 hectares. Atualmente o aterro já utiliza 50 hectares e recebe 300 toneladas de lixo domiciliar, comercial e do setor de serviços por dia.