Política

Coluna Esplanada

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La vita è bella

O ex-presidente Jair Bolsonaro não quer voltar ao Brasil. A fuga vergonhosa para a cidade americana de Orlando, na Flórida, é apenas parte de um plano de proteção contra eventual prisão. O assunto ainda é tratado sigilosamente: toda a família (ele, a esposa e uma filha menor) pede a celeridade à Embaixada da Itália em Brasília para a emissão da cidadania italiana para o clã. Para Bolsonaro, é questão de pouco tempo o ministro do STF Alexandre de Moraes expedir mandado de prisão numa das encrencas em que se meteu, como o inquérito das fake news propaladas por ele sobre a Aids associada a uma vacina contra Covid-19, na qual a Polícia Federal já indicou sua culpa. Se for para Roma a tempo, com cidadania italiana, ele se blinda porque o país europeu não tem tratado de extradição com o Brasil. A rota é tão latente que a direção do PL adiou o aluguel de mansão no Lago Sul em Brasília. Os móveis da família, retirados do Palácio da Alvorada, estão guardados num depósito. A assessoria da Embaixada afirma que por questões de sigilo não pode fornecer informações sobre esse tipo de informação.

 

R$ 1 bi para AME

O ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, mostrou a aliado a conta judicial da pasta com 100 processos para cobrir custos de famílias de crianças com a doença Atrofia Muscular Espinhal. O MS pagou R$ 1 bilhão só para estes casos. “É melhor ter política pública do que gastar. Não é a caneta perdulária do doutor de branco nem a caneta generosa do doutor de preto que vai resolver a situação”, disse Queiroga.

 

158 na conta

Bolsonaro leva uma conta amarga no currículo. Acumulou 158 pedidos de impeachment na Câmara dos Deputados. O 1º foi protocolado em 5 de fevereiro de 2019: Denúncia por crimes de responsabilidade e omissão. Também constam na Câmara 13 pedidos de impeachment contra o vice-presidente Hamilton Mourão (Republicanos) e alguns ministros que já passaram ou fazem parte do atual Governo. O último pedido contra o presidente foi apresentado em 8 de novembro pelo senador Jean Paul Terra Prates (PT-RN), que o acusou de apoiar o ministro Fabio Faria para atacar o sistema eleitoral.

 

Um ex-bolsonarista

O ex-ministro das Comunicações, Fábio Faria, fez movimentos de aproximação com o ministro do STF, Alexandre de Moraes. Ele tenta se desvincular da ala ideológica do antigo Governo que questionou a independência do TSE e a urna eletrônica. Moraes prometeu empenho para punir a difusão de notícias falsas. No meio de dezembro, Faria participou de convescote na casa de Bruno Dantas, novo presidente do TCU. Além da cúpula do Judiciário, trocou boa prosa com membros do Governo eleito do PT.

 

Oi e tchau

Partidos nanicos que apoiaram a eleição de Lula da Silva (PT) receavam não ter espaço na Esplanada – e aconteceu mesmo. A regra é clara no jogo da governabilidade: tem que ter votos no Congresso. O Avante, do deputado das mídias André Janones, tentou emplacar o presidente do partido, Luís Tibé, como ministro. Em reunião com o presidente eleito, esperava receber um convite, mas só ouviu que estava difícil conciliar.

 

Nova ‘granja’? (charge)

A Confederação Brasileira de Futebol vai construir um Centro de Desenvolvimento de Futebol na floresta amazônica de Macapá (AP), longe das capitais mais populosas e num Estado sem tradição no futebol no País. A Portaria nº 70 do Ministério do Turismo e o Iphan autorizaram contratação de dois arqueólogos para acompanhar o projeto.