NEW YORK – A plataforma de aluguel por temporada Airbnb se desculpou nessa quinta por demorar a responder as acusações de racismo recebidas pela empresa. Junto com o pedido de desculpas a empresa anunciou novas políticas para combater o problema, que incluem a diminuição da proeminência das fotos dos usuários no processo de reserva.
A empresa também pretende bloquear automaticamente futuras reservas nos casos onde um anfitrião anteriormente falou para alguém que sua propriedade estava indisponível.
Diversas relatos nas mídias sociais com a hashtag #AirbnbWhileBlack (Airbnb sendo negro, em tradução livre) recontou incidentes onde pessoas negras foram avisadas que determinada hospedagem estava indisponível em certa data e depois viram esses mesmos lugares sendo anunciados novamente nas mesmas datas.
?Nós demoramos demais a tratar desses problemas, e por isso pedimos desculpas?, afirmou o cofundador e CEO da Airbnb Brian Chesky em um mensagem publicada no blog do site da rede de aluguéis de temporada.
A nova política de bloqueio de datas, que será implementada na primeira metade de 2017, for planejada para impedir anfitriões de discriminarem hóspedes ao afirmar de maneira mentirosa que uma propriedade está reservada e depois alugá-la para outro hóspede.
O Airbnb não se rendeu aos pedidos dos críticos de que as fotos de perfil fossem completamente removidas, para que assim os anfitriões não pudessem recusar um hóspede pela aparências. A empresa alegou que as fotos são um importante instrumento de segurança para que os anfitriões possam reconhecer os hóspedes no momento do check in.
Apesar disso, o relatório publicado no site da companhia nesta quinta, intitulado ?Airbnb trabalha para combater a discriminação e construir inclusão?, diz que novas políticas irão experimentar reduzir a proeminência das fotos dos hóspedes no processo de reserva.
Entre outras coisas, as novas políticas irão expandir a ferramenta ?Reserva automática? da plataforma, que permite a um anfitrião oferecer hospedagem sem aprovação prévia de hóspedes específicos, a medida que eles se enquadram nas qualificações básicas. O objetivo é alcançar 1 milhão de hospedagens com essa opção até 1º de janeiro de 2017.
Os usuários disseram que suas reclamações de discriminação foram ignoradas quando eles reportaram as queixas ao Airbnb. A empresa informou que desenvolveu novas ferramentas para encaminhas com segurança as reclamações para os especialistas.
Além dessas, outras medias anunciadas pela empresa são:
– Pedir que todos os usuários concordem com uma política antidiscriminação mais forte e mais detalhada, a partir do primeiro dia do próximo mês de novembro. Chesky afirmou que o novo ?Compromisso da comunidade Airbnb? não será somente marcar um quadradinho ao final de um longo documento, mas sim concordar em tratar os outros pessoas sem preconceito.
– Conseguir acomodação compatíveis para qualquer hóspede que reporte uma discriminação sofrida em uma reserva ou interação com um anfitrião, a partir do próximo mês de outubro. Essa política irá valer retroativamente para hóspedes que denunciaram preconceito no passado.
– Oferecer treinamento contra discriminação para todos os funcionários da companhia a partir de 31 de janeiro de 2017.
– Aprimorar a tecnologia para extirpar preconceitos com um time de engenheiros dedicados.
Para rever as reclamações e as novas políticas, a empresa contratou o ex-procurador geral dos Estados Unidos, Eric Holder, e ex-chefe da União Americana pelas Liberdades Civis, em Washington, Laura Murphy.
As acusações de que o Airbnb estava ignorando as denúncias de racismo levaram diversos empreendedores negros a criarem dois novos serviços de aluguel por temporada que dizem não tolerar racismo. Os novos sites incluem o Innclusive.com e o Noirbnb.com.