Cascavel – Os produtores que tem animais de interesse econômico de qualquer espécie e para a reprodução, precisam declarar o número de animais que possuem até o dia 30 de junho, por meio de uma campanha de atualização cadastral de rebanho realizada pela Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná). Em Cascavel, cerca de 2,3 mil propriedades devem atualizar o cadastro que é importante para que a Adapar planeje ações emergenciais no caso de registro de alguma doença.
De acordo com a médica veterinária da agência em Cascavel, Luciana Regina Riboldi Monteiro, somente em Cascavel são cerca de 70 mil bovinos e 90 mil suínos. Ela lembrou que a comprovação era foi feita junto com a campanha de vacinação contra a febre aftosa. Contudo, a partir do momento em que o Paraná passou a ser área livre da doença, em maio de 2019, o produtor necessita realizar essa comprovação anual de rebanho.
A médica veterinária chamou ainda a atenção para a atualização, já que os produtores que não fizerem ficam impedidos que emitir a GTA (Guia de Trânsito Animal), que é necessária para todos os casos de movimentação dos animais fora da propriedade. Quando o produtor faz a atualização os técnicos aproveitam para verificar as outras vacinas, entre elas, a da brucelose, que é obrigatória para as bezerras de 3 a 8 meses.
A médica reforçou ainda que quem não fizer o cadastro, será multado e a autuação mínima é de pelo menos dez unidade padrão fiscal do estado, que tem o valor de R$ 123,96. O cadastro pode ser feito presencialmente na Adapar que mudou de endereço e está funcionando na Avenida Brasil, 2040 esquina com a Avenida Rocha Pombo ou pelo endereço eletrônico da agência – www.adapar.pr.gov.br.
Existem atualmente escritórios em 138 municípios, além disso a atualização pode ser feita nos escritórios de atendimento em convênio com prefeituras e entidades representativas de produtores e trabalhadores rurais.
Livre de aftosa
Com a declaração pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), há quase um ano, de Estado livre de febre aftosa sem vacinação, o compromisso dos setores público e privado do Paraná é pela manutenção do status. O cadastramento ou recadastramento faz parte dessa estratégia e é regulamentado.
Segundo o secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, durante as campanhas a secretaria sempre afirmou que não iriam impor nenhum ônus financeiro adicional aos detentores de animais, na forma de identificação individual através de brinco, chip, QR Code ou qualquer outro mecanismo que tivesse custo, “mas é fundamental ter pleno conhecimento de onde estão e quantos são os animais suscetíveis, para a Adapar ter decisões assertivas caso tenhamos algum problema”.
Conforme o presidente da Adapar, Otamir Cesar Martins, ao saber onde estão os animais e como eles se movimentam pelo Estado, a agência de defesa tem condições de propor uma vigilância sanitária mais ativa. “A atualização do rebanho nos permite a cada minuto estabelecermos propostas de vigilância sanitária baseada em risco. Sabendo onde estão as áreas de maiores riscos nós podemos fazer a vigilância de todas as espécies”, afirmou.
Crédito: Arquivo AEN/PR
Nova realidade no estado
O presidente da Federação da Agricultura do Paraná e do Sistema Senar, Ágide Meneguette, reforçou o fato de a atualização cadastral do rebanho e sua obrigatoriedade ser uma decisão tomada em acordo entre o setor produtivo e os órgãos estatais. “A questão sanitária tem de ser permanente e eficaz, não dá para descuidar”, salientou. “Os pecuaristas fizeram grande esforço para que o Estado fosse reconhecido como área livre de aftosa sem vacinação, o que mostra espírito público e consciência, e vai continuar dando essa contribuição para nossa economia e para o bem próprio.”
O mesmo compromisso foi assumido pelo presidente do Sistema Ocepar, José Roberto Ricken, em nome das cooperativas paranaenses. Ele lembrou que nesta data, há alguns anos, alguma autoridade vacinava o primeiro animal, lançando a campanha anual de vacinação. “Hoje vivemos essa nova realidade e continuamos empenhados para os avanços”, afirmou. “Vamos ficar sintonizados todos nós, junto com os produtores, com as entidades, porque se a gente quer o mercado internacional, temos de merecer essa condição e credibilidade que o mercado exige.”