A inflação na zona do euro atingiu novo recorde este mês, de acordo com o esperado. A informação é considerada desconfortável para os formuladores de políticas do Banco Central Europeu (BCE), já preocupados com a possibilidade de o rápido crescimento dos preços se consolidar, criando uma espiral difícil de interromper.
A inflação no bloco monetário de 19 países subiu para 7,5% em abril, ante 7,4% em março, em linha com as expectativas, impulsionada por aumento persistente nos preços de energia e alimentos, mostram dados da agência de estatísticas da União Europeia (Eurostat) nesta sexta-feira (29).
Embora os custos voláteis de energia tenham tido a maior contribuição, a taxa de inflação de energia na verdade diminuiu em relação a março, enquanto o crescimento dos preços de alimentos, serviços e bens industriais não energéticos acelerou ainda mais, indicando que a inflação está se tornando cada vez mais ampla.
Os preços subjacentes, que filtram os preços voláteis de energia e alimentos, também aumentaram, elevando as preocupações do BCE de que a inflação alta pode ser difícil de vencer e que uma luta de quase uma década, com o crescimento ultrabaixo dos preços, acabou.
A inflação, excluindo os preços de alimentos e combustíveis, observada de perto pelo BCE, subiu de 3,2% para 3,9%, enquanto medida mais restrita, que também exclui produtos de álcool e tabaco, saltou de 2,9% para 3,5%. Ambos os números ficaram bem acima das expectativas.
ABR