Brasília – O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, ontem (20) que a existência de eventos adversos não é motivo para deixar de vacinar pessoas contra a covid-19. “O Brasil já vacinou mais de 3,5 milhões de adolescentes. A gente teve um efeito adverso e a mim cabe avaliar esses efeitos adversos da vacina. Eles existem e não são motivos para suspender campanha de vacinação ou relativizar seus benefícios, mas a autoridade sanitária tem que avaliar esses casos até para que façam as notificações devidas”, afirmou.
A declaração foi dada em Nova York, onde Queiroga acompanha o presidente Jair Bolsonaro, que discursa hoje (21) na abertura da Assembleia Geral da ONU. Queiroga criticou a falta de compromisso de estados com o PNI (Programa Nacional de Imunizações). O ministro da Saúde reafirmou parte do discurso feito na semana passada, quando o Ministério da Saúde decidiu recomendar a suspensão da imunização em adolescentes e disse que governos estaduais começaram a vacinar jovens antes do previsto.
“Tenho defendido fortemente se obedecer às recomendações do PNI, o que lamentavelmente não é feito”, disse o ministro. “O que ocorre é que se vacinou de maneira diferente, e [dizem que] está faltando a segunda dose. Não está. É porque se distribuiu a vacina de uma forma desconforme”, ressaltou. Na semana passada, quando a suspensão da imunização de adolescentes foi recomendada pela pasta, o ministro ressaltou que foram identificados 1,5 mil eventos adversos em adolescentes imunizados. Todos eles de grau leve.
Marcelo Queiroga citou ainda o caso da morte de uma jovem em São Paulo, cuja relação com a vacina estava sendo investigada. Na última sexta-feira (17), a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo atribuiu o óbito da jovem a uma doença autoimune chamada de púrpura trombótica trombocitopênica.