Foz do Iguaçu – A usina hidrelétrica de Itaipu vai exercer um papel importante na estratégia do ONS (Operador Nacional do Sistema) para enfrentar a crise hídrica que afeta o Brasil no segundo semestre. A afirmação é do diretor-geral do órgão, Luiz Eduardo Barata, que esteve em Foz do Iguaçu para participar do painel de encerramento do 8º Seminário Nacional de Operadores de Sistemas e de Instalações Elétricas.
Segundo Barata, a decisão do ONS é de, a partir deste mês de outubro, elevar a produção de Itaipu e deplecionar o nível do reservatório, preservando assim os reservatórios equivalentes da Região Sudeste. “Ao aumentar o despacho [de carga] de Itaipu, nós aumentamos a acumulação das usinas de cabeceira”, disse o executivo.
Nessa sexta-feira, já estava em 218,8 metros e poderá chegar a 216 metros – conforme solicitação do operador nacional. “Essa contribuição de Itaipu é extremamente importante porque poderemos ter um ganho de até 1% nos reservatórios do Sudeste”, afirmou.
Luiz Eduardo Barata salienta que essa operação não é inédita – já foi feita em outras situações de crise hídrica – e não terá impacto negativo nem para a usina nem para os municípios lindeiros ao Lago de Itaipu. “Vai ser uma excelente contribuição para o Sistema Interligado Nacional”, reforçou.
Além de Itaipu, Barata disse que o ONS pretende utilizar parte da água da Hidrovia Tietê-Paraná na geração de energia – tomando o cuidado de não prejudicar a navegação – e ampliar a geração de termelétricas de baixo custo. “O foco é reduzir o custo de operação do sistema e aumentar a nossa segurança.”
O diretor-geral da ONS garantiu que, apesar da falta de chuvas, o abastecimento de energia está assegurado no País. “Essa é a nossa convicção. O que temos chamado a atenção é que, em função da crise hídrica, e da grande participação das hidrelétricas na matriz, a falta de chuvas faz com que o custo de operação aumente. E, aumentando o custo de operação, você tem impacto direto nas tarifas”.
O diretor-geral brasileiro de Itaipu, Luiz Fernando Leone Vianna, informou que o deplecionamento do reservatório será avaliado no final do mês pelo Conselho de Administração da empresa, por se tratar de usina binacional. Segundo ele, os paraguaios estão conscientes da necessidade de utilização do reservatório.