Encher o tanque do carro já virou pesadelo para muitos motoristas. Desde a aplicação da nova política de reajustes da Petrobras, em 3 de julho, a oscilação de preços praticados pelos postos de combustíveis tem sido quase que diária.
Para se ter uma ideia, de julho a novembro deste ano – período em que a nova política foi colocada em prática – em Cascavel houve um acréscimo de 15,5% no litro da gasolina ao consumidor final, conforme a ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). O índice é maior até do que o aumento de 8% registrado em 12 meses. A variação ocorre porque houve períodos em que o valor chegou a ser reduzido.
de acordo com a pesquisa, o valor médio da gasolina praticado em novembro é o mais caro do ano (veja mais no infográfico).
“A política adotada pela Petrobras foi a correta, já que é a praticada no mundo todo. A situação inédita é que os valores estão subindo muito. Neste caso, as vítimas são, além dos consumidores, os fornecedores, que trabalham com uma margem de preço muito pequena, hoje em torno de 12%. Em alguns países, essa margem chega a 30%”, relata o presidente do Sindicombustíveis (Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Lojas de Conveniências do Estado do Paraná) em Cascavel, Roberto Pelizetti.
Composição
Pelizetti lembra que na composição da gasolina há 27% de etanol anidro, o que tem contribuído para os reajustes um tanto quanto elevados, por conta da entressafra. “Ainda tem o impacto disto em toda essa equação”, afirma. Para dezembro, o Sindicombustíveis ainda não tem uma projeção de valores.
Preço da gasolina/litro
Janeiro R$ 3,87
Fevereiro R$ 3,87
Março R$ 3,77
Abril R$ 3,68
Maio R$ 3,65
Junho R$ 3,57
Julho R$ 3,60
Agosto R$ 3,85
Setembro R$ 4,07
Outubro R$ 4,08
Novembro R$ 4,16
Como funciona
A política de preços para a gasolina vendida nas refinarias às distribuidoras tem como base o preço de paridade de importação, que representa a alternativa de suprimento oferecido pelos principais concorrentes para o mercado – importação do produto -, além de uma margem que considera os riscos inerentes à atividade de importação como volatilidade da taxa de câmbio e dos preços.