A Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), por meio de seus sindicatos filiados, mobilizou indústrias dos setores do vestuário e de bebidas para reforçar a produção de materiais médicos destinados ao atendimento de pacientes em tratamento contra o novo coronavírus.
O gerente de Assuntos Estratégicos da Fiep, João Arthur Mohr, conta que os pedidos chegaram por meio de órgãos ligados ao Governo do Estado, como a Secretaria de Estado da Saúde; à União, pelo Exército Brasileiro e Departamento Penitenciário Federal, além da Federação das Santas Casas do Paraná, que congrega mais de 100 hospitais em várias regiões do estado.
“A Fiep recebeu as solicitações e mobilizou os sindicatos destes setores, além de contatar fornecedores de matéria-prima para agilizar a produção dos materiais”, explica. “No caso das máscaras, também foi necessário enviar normas de fabricação exigidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e pela Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), para fazer adequação das áreas de produção. A previsão é de que algumas indústrias recebam os insumos a partir da próxima semana para iniciar a produção”, adianta.
A presidente do Sindicato das Indústrias do Vestuário de Apucarana e Vale do Ivaí (Sivale), Elizabete Ardigo, conta que seis indústrias de bonés da cidade já estão preparadas para confeccionar 100 mil máscaras solicitadas pela prefeitura do município. “A demanda vai garantir uma semana de trabalho para as empresas, que estão com suas linhas ociosas devido à suspensão dos contratos com os grandes magazines, que cancelaram os pedidos neste momento em que as vendas estão paradas por conta das lojas fechadas em todo o país”, explica.
Agora, o Sindicato aguarda a negociação de novos pedidos do Governo Federal para que possa mobilizar outros associados, já que esta operação é remunerada e uma alternativa para que as empresas mantenham seu funcionamento e os empregos.
“Uma reunião deve definir a extensão do trabalho para atender demanda por máscaras e jalecos para profissionais de saúde que atendem o departamento penitenciário nacional, o que deve mobilizar mais de 80 indústrias do setor na região”, conta a presidente.
Hoje, a capacidade das indústrias do vestuário de Apucarana e região está apta a produzir cerca de três milhões de peças por mês, principalmente bonés, já que a cidade é a “Capital Brasileira do Boné”.
“A boa notícia em meio a esta pandemia é poder contribuir de alguma forma para minimizar o problema. Ocupamos nossas linhas de produção e ainda conseguimos perceber a importância do associativismo neste trabalho. O Sindivale está tendo importante papel para mobilizar as empresas e fazer o meio de campo com o poder público e a Fiep”, completa.
Reforço da produção
Outras indústrias do vestuário em Maringá, Cianorte, Cascavel, região Sudoeste e Metropolitana de Curitiba também devem contribuir a partir da próxima semana, assim que conseguirem fazer a adequação necessária em suas linhas de produção para atender às normas exigidas.
O gerente da Fiep destaca que a entidade está mobilizando o setor de bebidas, que pode auxiliar na produção do álcool em gel e líquido 70%, utilizado principalmente para higienização das mãos e de equipamentos nos centros de saúde. “A Fiep tem atuado junto aos sindicados filiados, para mobilizar as indústrias e auxiliar o poder público e toda a sociedade, contribuindo para minimizar os efeitos da pandemia”, conclui Mohr.
O presidente do Sindicato das Indústrias de Bebidas do Estado do Paraná (Sindibebidas), Fulgêncio Torres Viruel, reforça que o momento é de união e que toda a sociedade precisa se mobilizar. Proprietário de uma cachaçaria em Morretes, o empresário conta que está produzindo álcool 70% para doação à Secretaria Municipal de Saúde da cidade. O produto vai ajudar na limpeza e higienização do hospital e de postos de saúde da cidade.
“Nas próximas duas semanas vamos produzir 800 litros de álcool para doação. Tudo autorizado e seguindo as normas exigidas pela Anvisa. “Estou em contato com outros empresários do setor. A ideia é criar um ciclo virtuoso em que vendo nossa iniciativa, outras pessoas se sensibilizem e possam também fazer sua contribuição” afirma.