São Paulo – O efeito coronavírus que tem bagunçado a economia mundial trouxe reflexos bilionários à bolsa brasileira. Neste ano, investidores estrangeiros já retiraram R$ 44,8 bilhões da bolsa brasileira, valor maior que os R$ 44,5 bilhões que saíram em todo o ano passado e que foram recorde para um ano fechado de toda a série histórica divulgada pela B3, iniciada em 2004.
Os dados da B3 compreendem o movimento de investidores até 4 de março.
Quando contabilizadas as emissões, tanto de empresas estreantes (IPOs) quanto de empresas já listadas (follow-ons), o valor é um pouco menos negativo no ano: US$ 33,47 bilhões, porque os investidores estrangeiros compraram R$ 11,32 bilhões em ações nesses lançamentos.
Apesar do grande fluxo de saída, os estrangeiros ainda representam quase metade do total de investidores da bolsa: 44%. Em 2019, essa participação ficou em 45,1%.
Dólar
Depois de 12 altas seguidas, o dólar fechou em queda na sexta-feira (6), numa sessão marcada por volatilidade e nova intervenção do Banco Central.
A moeda norte-americana recuou 0,36% e ficou cotada a R$ 4,6343. Na máxima do dia alcançou R$ 4,6710, marcando novo recorde intradia nominal (sem considerar a inflação).
Na semana, o dólar acumula alta de 3,42% e, no ano, de 15,57%.
O Banco Central atuou forte durante a semana. Ontem, realizou leilão de 40 mil contratos de swaps tradicionais, vendendo o total da oferta de US$ 2 bilhões, dobrando a oferta em relação aos três leilões de até 20 mil contratos cada que aconteceram na quinta-feira.
“Há uma pressão de fora, e por isso o BC está fazendo leilão, injetando liquidez no mercado”, disse Marcos Trabbold, operador de câmbio da B&T Corretora. “Não está surtindo efeito no momento, mas pode ser que essa medida ajude a aliviar a pressão sobre o real.”