Saúde

Doença renal crônica atinge mais de 195 milhões de mulheres

Obesidade, pressão alta, lúpus eritematoso sistêmico, doença inflamatória autoimune, pielonefrite e infecção urinária estão entre as principais causas da DRC em mulheres.

Doença renal crônica atinge mais de 195 milhões de mulheres

Neste domingo, dia 8 de março, é comemorado o Dia Internacional da Mulher. A data que destaca a importância da mulher na sociedade e a luta pelos seus direitos também é um momento importante para se preocupar com a saúde delas.

Segundo dados da Organização World Kidney Day, a DRC (Doença Renal Crônica) atinge mais de 195 milhões de mulheres ao redor do mundo e é a oitava principal causa de morte, causando 600 mil por ano.

Obesidade, pressão alta, lúpus eritematoso sistêmico, doença inflamatória autoimune, pielonefrite e infecção urinária estão entre as principais causas da DRC em mulheres.

Complicações relacionadas à gravidez também aumentam o risco da doença e as principais causas de Lesão Renal Aguda (IRA) são pré-eclâmpsia, aborto e hemorragia pós-parto.

Mulheres com DRC podem engravidar, mas é preciso acompanhar a gestação, uma vez que aumenta a probabilidade de apresentar altas taxas de transtornos hipertensivos e ocasionar partos prematuros.

“A doença renal é mais comum nas mulheres, mas a cronificação acontece mais em homens, que é a perda total da função renal. Elas também cuidam mais da saúde, vão mais ao médico e realizam, frequentemente, exames preventivos. Já a maioria dos homens só recorre ao médico quando a doença já se instalou, que é quando aparecem os sintomas”, explica Anelise Marcolin, diretora executiva da Fundação Pró-Renal.

Fila do transplante

Na Pró-Renal, 45% dos pacientes são mulheres que estão em tratamento de diálise e na fila de espera do transplante aguardando um rim. Uma delas é a fisioterapeuta Michele Buffara, de 49 anos.

Separada e com um filho de 25 anos, há mais de dez anos ela descobriu que tem rins policísticos e convive com a doença. Em 2012, ela realizou um transplante de rim em Joinville (SC), porém sem sucesso. Durante sete meses, Michele lutou contra a rejeição do órgão e uma infecção fez com que ela tivesse de retornar à fila de espera do órgão. “Tentaram todos os tipos de remédios para segurar. Mas não deu. No fim, perdi também meu cabelo. No início mexeu um pouco comigo, mulher tem vaidade, mas dei graças a Deus que estava em casa e viva”, revela.

Durante o período em que ficou sem os cabelos, Michele conta que ajudou pessoas com câncer, oferecendo lenços para pessoas em tratamento.

Ela descreve que, desde que descobriu a doença, mudou a sua alimentação, diminuindo o sal e alguns alimentos com sódio alto. “Continuo fazendo academia, trabalhando, caminhando, saindo com amigos e faço as tarefas de casa. Se você está triste, coloque sua melhor roupa porque todo dia é especial. Viva o presente! E desfrute das coisas boas da vida. Abrace mais e viva com a alma”, afirma a paciente, que no momento está na fila de espera por transplante de rim e realiza hemodiálise três vezes por semana.

Sobre a Pró-Renal

Criada em 1984 por iniciativa do médico Miguel Carlos Riella, a Fundação Pró-Renal é uma entidade beneficente que assiste pacientes renais crônicos e pacientes em tratamento conservador. Atualmente, atende cerca de 15 mil pacientes por ano e desenvolve campanhas educativas em empresas, escolas e comunidade para a prevenção das doenças renais. Também presta atendimento integral humanizado aos pacientes ambulatoriais, em diálise e em pré-transplante, fornecendo o apoio necessário para o aumento da sobrevida e melhora na qualidade de vida.

Fonte: pro-renal.org.br