Medianeira – O rodízio no abastecimento de água tratada em Medianeira causa transtorno aos moradores, que estão se mobilizando por meio de abaixo-assinado e pretendem ingressar com uma ação popular na Justiça contra a Sanepar.
Em audiência na Câmara de Vereadores na quarta-feira (4), a empresa responsabilizou a estiagem pela falta de água, desculpa que é rebatida pelos moradores. “Se houvesse estiagem na região, a agricultura não bateria recorde de safra… faltou planejamento das nascentes e das vertentes, além da preservação das mananciais”, afirma a moradora Lionez Maria Maino.
Nesta semana a Sanepar retomou sistema de rodízios com desligamentos a cada 12 horas em partes intercaladas na cidade. O cronograma foi definido para duas semanas e pode ser prorrogado devido à baixa vazão do Rio Alegria, principal manancial de abastecimento público da cidade.
Os dirigentes da companhia alegam ter feito investimentos antecipados em reservatório, que ultrapassam R$ 1 milhão. Perto de ser concluído, ele vai armazenar 6 mil metros cúbicos de água, o que corresponde a 20% do armazenamento urbano. Estão em andamento estudos para perfurações possibilitando a vazão de 150 mil metros cúbicos por hora, perto do que é captado no Rio Alegria. A interligação do sistema depende da liberação dos projetos elétricos e hidráulicos, que serão definidos pela companhia.
O contrato de concessão entre o Município e a Sanepar vai até 2035. Sem saída, os moradores prometem pedir intervenção da Justiça. “Faltou investimento ambiental, a recuperação de nascentes e vertedouros. O Rio Alegria está morto, não trabalha com 40%. Não estaríamos recebendo caminhões-tanque para abastecer nossa cidade. Chegou o momento de a população agir”, conclama Lionez, que vem reunindo apoiadores e formalizando a documentação para encaminhar ao Judiciário.