Para se tornar mais forte e chegar perto de uma hegemonia no crime organizado, eliminar concorrentes e atravessadores, o PCC se aliou a outras facções ou simplesmente vai eliminando a concorrência. Foi assim com o Comando Vermelho do Rio de Janeiro, está caminhando assim com o TCC (Terceiro Comando da Capital) então criado por dissidentes do grupo original, e do ADA (Amigos dos Amigos).
A pouca resistência que ainda encontra está pautada em facções como a FDN (Família do Norte), essa ainda sem presença no Paraná, e a Família Paranaense, que começa a aparecer com mais vivacidade e em um traçado de oposição.
Do lado de lá da fronteira, no Paraguai, o PCC eliminou os atravessadores e hoje cuida da própria cadeia produtiva da maconha. Planta, beneficia e faz o transporte, garantindo mais lucro. O contrabando de cigarro também aparece como um importante financiador da facção. “O PCC é hoje um dos maiores contrabandistas de cigarros do Brasil. Junto com o cigarro vêm as armas, as munições e as drogas”, conta o delegado-chefe a Delegacia da Polícia Federal em Cascavel, Marco Smith.
Eleições
Mas além da hegemonia no mundo da criminalidade, o PCC leva seus tentáculos para a política. Não é de hoje que a facção vem se preparando para eleger vereadores, prefeitos, deputados, senadores. Nas eleições gerais de 2018 não deve ser diferente. “Tanto é que uma das bandeiras deles é o direito de voto dos presos. Em várias manifestações do Marcola [líder do grupo], ele diz que tem mais de 1 milhão de votos só em São Paulo dos familiares dos presos. Durante uma operação do Ministério Público de São Paulo ficou comprovado que infiltraram [o PCC] meliantes no sistema de defesa dos direitos humanos. Então tentar eleger seus representantes não é nada novo e não deverá ser diferente nestas eleições”, reforça o delegado da Polícia Federal, Marco Smtih.
Para Smith, esse crescimento preocupa uma vez que a facção vem ocupando cada vez mais espaços: “Um vereador em São Paulo chegou a ser eleito, mas foi cassado (…) mas tão preocupante quanto eleger seus representantes, é a utilização de políticos e empresários para a lavagem de dinheiro da facção, isso preocupa mais do que qualquer outra coisa e também acontece no Paraná”, completa o delegado.
Juliet Manfrin