
Paraná - A Semana Nacional de Doação de Leite Humano e o Dia Mundial, celebrado nesta segunda-feira (19), reforçam a importância da solidariedade entre as mães. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), incentiva e pretende sensibilizar profissionais da área e lactantes sobre a doação de leite humano. No Paraná, 86.347 bebês receberam a doação de 143.606,30 litros de leite desde 2019.
Apesar da quantidade de doações, ela ainda é insuficiente para atender a demanda de muitos bebês prematuros internados nas Unidades de Tratamento Intensivo Neonatal (UTIN) do Estado. O leite humano doado é para atender esses bebês que por algum motivo estão internados e não puderam receber o leite diretamente da mãe.
PARANÁ
O Paraná conta atualmente com 15 Bancos de Leite Humano (BLHs), que atuam como referência na promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno. No ano passado foram coletados 23.349,20 litros de 15.675 doadoras para 13.999 bebês. Em anos anteriores essa média ficou entre 24.050,82 coletas, 14.469 receptores e 17.055 doadoras.
Em alinhamento com as diretrizes do Ministério da Saúde e da Rede Brasileira de Bancos de Leite Humano (rBLH-BR), o Estado tem buscado inovar nas formas de ampliar o acesso da população e dos profissionais de saúde a informações qualificadas sobre o tema.
“Temos um rigoroso controle de qualidade para a coleta e o processamento do leite doado. Os bancos de leite são para as necessidades da assistência neonatal e oferecem serviços especializados. Para bebês prematuros e de baixo peso, a solidariedade das mães poderá fazer toda a diferença”, disse o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto.
A prática do aleitamento está relacionada a inúmeros benefícios, uma vez que o leite materno tem todos os nutrientes de que o bebê precisa até os seis meses de vida, protegendo-o contra doenças.
REDE DE APOIO
Toda mulher que amamenta é uma possível doadora de leite humano, basta ser saudável, não tomar medicamentos que interfiram na amamentação e não possuir nenhuma doença infectocontagiosa. Não existe quantidade mínima para a doação.
Estima-se que um litro de leite materno doado pode alimentar até dez recém-nascidos por dia. A depender do peso do prematuro, um ml já é o suficiente para nutri-lo cada vez que for alimentado.
CUIDADOS
O leite materno doado passa por um processo rigoroso de pasteurização e controle de qualidade antes de ser oferecido aos bebês que não podem ser amamentados pelas próprias mães.
Prematuros e recém-nascidos de baixo peso são os principais beneficiados, já que o leite humano ajuda a protegê-los contra infecções, favorece o ganho de peso e contribui para a redução da mortalidade neonatal.
De acordo com a enfermeira da Divisão de Atenção à Saúde da Criança e do Adolescente da Sesa, Jéssica Luiz Dinardi, a doação de leite humano é fundamental para a sobrevivência de milhares de recém-nascidos internados em UTIs neonatais no Brasil.
“Embora a amamentação na primeira hora de vida e o contato pele a pele com a mãe sejam fundamentais para estimular a produção de leite e a recuperação pós-parto, muitos bebês, especialmente os que nascem antes do tempo, precisam de tempo antes de iniciar a alimentação, e, quando isso acontece, o leite doado pode ser decisivo para a recuperação deles”, ressaltou.
“Nossas ações são para valorizar o papel das doadoras e divulgar os bancos de leite humano do Estado. O primeiro passo para a doação é encontrar o banco de leite mais próximo de sua localidade, para orientações e agendamentos”, complementou.
Ela ainda ressalta que o aleitamento materno pode ser capaz de diminuir em até 13% a morte de crianças menores de cinco anos em todo o mundo por causas preveníveis. “Nenhuma outra estratégia isolada alcança o impacto que a amamentação tem na redução das mortes de crianças nessa faixa etária”, acrescentou.
Fonte: AEN