SAÚDE

Cascavel tem a maior quantidade de “mortes por dengue”

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Cascavel confirmou ontem, quinta-feira (13), mais duas mortes pela doença

A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Cascavel confirmou ontem, quinta-feira (13), mais duas mortes pela doença
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Cascavel confirmou ontem, quinta-feira (13), mais duas mortes pela doença

Mesmo com as temperaturas estando um pouco mais amenas, pelo menos no período da manhã e da noite, num clima típico de outono, a quantidade de mortes e de casos confirmados de dengue não para de subir. A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) de Cascavel confirmou ontem (13) mais duas mortes pela doença, o que coloca a cidade em primeiro lugar na quantidade de mortes provocadas pelo mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença.

Ao todo, a cidade contabiliza um total de 51 mortes pela doença, além de outras 25 estarem sendo investigadas pelo Lacen (Laboratório Central do Estado) e 30.869 casos confirmados, 96 a mais do que na semana passada. De acordo com o boletim estadual de dengue da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), em segundo lugar no ranking vem a cidade de Londrina com 47 mortes, que também sofre uma epidemia da doença, contabilizando 31.882 casos.

Em terceiro lugar vem a vizinha cidade de Toledo que com um número bem menor de casos confirmados, ao todo 6.293, contabiliza 32 mortes pela doença. Para se ter uma ideia, a capital do Estado, Curitiba tem ao todo 11.347 casos e quatro óbitos pela doença. Os dados são referentes ao atual ano epidemiológico, que iniciou em agosto do ano passado e finaliza em julho deste ano e o Paraná tem 414 óbitos e 470.036 casos confirmados de dengue. 

Cascavel vive a pior epidemia da doença e os agentes de endemias trabalham para tentar diminuir a quantidade de focos que é ainda um dos principais problemas da cidade. De acordo com a diretora de Vigilância em Saúde da Sesau, Rozane Campiol, nas últimas semanas eles observaram uma queda no número de casos, que no pico da epidemia chegou a confirmar mais de três casos por semana, porém o número se mantém elevado.

“Agora fica mais calmo e o pessoal relaxa, mas não é assim, os cuidados têm que permanecer até porque o nosso inverno não está sendo tão rigoroso e estamos já com três semanas de forte calor e independente da temperatura, o cuidado é o mesmo”, esclareceu ela. Segundo Campiol, é importante reforçar que o nosso solo é contaminado e temos os ovos depositados no solo, bastando apenas o momento oportuno para eles eclodirem.

Ela disse ainda que com a água acumulada, o ovo desenvolve e a doença ressurge, o que traz preocupação. “Temos 51 mortos, mas com diferença de idades aí de 90 anos e de todas as faixas etárias desde idosos até crianças, não tivemos um público específico”, disse. Ela lembrou que

em fevereiro foi assinado o decreto de declaração de emergência em saúde pública em decorrência da epidemia que tinha vigência de 90 dias, mas devido ao número de casos ainda muito expressivo esse decreto foi renovado e permanece vigente ainda por mais de 90 dias.

Novo ano

A diretora salientou que historicamente nos meses de julho e agosto, meses em que esfria um pouco, inicia um novo ano epidemiológico e por isso, é importante que os cuidados sejam mantidos para que a cidade não comece esta nova fase com muitos casos e mosquito circulando por aí. “Independente da condição climática, o cuidado deve ser observado rotineiramente, independente da estação, das ondas. Este cuidado, precisa ser integrado como rotina no cidadão”, falou.

Campiol salientou ainda que existem quatro sorotipos do vírus da dengue e, em Cascavel circulou este ano os sorotipos 1 e 2. Segundo ela, é importante ressaltar para a população que as pessoas podem pegar a dengue quatro vezes dos sorotipos diferentes. “Se a pessoa pegou a dengue tipo 1, ela já  adquiriu imunidade e não vai mais pegar a sorologia do tipo 1, porém está exposta a mais três tipos de vírus”, completou.

Ela acredita que neste ano a grande parte pegou a dengue do sorotipo 2, já que se observou uma gravidade muito intensa dos casos e com pacientes evoluindo para um quadro clínico mais grave e muito rápido.