“Quando a própria vítima não age, outros tentam fazê-lo por ela, com a diferença, porém, que neste caso tanto o dano quanto a injustiça que outros cometem em seu nome e em seu lugar com terceiros, acabam sendo muito mais sérios do que se ela própria tivesse assumido a responsabilidade de defender o seu direito e de se vingar. Onde os inocentes preferem sofrer a agir, em breve haverá mais vítimas e pessoas más do que antes.” (Bert Hellinger, Zweierlei Glück, p. 30).
Na relação vítima-agressor atuam duas dinâmicas que é importante serem colocadas à luz.
A primeira dinâmica é a da polarização: Considerar a vítima como “inocente” e o agressor como “culpado”. Diante de uma injustiça sofrida por alguém tendemos a colocar a inteira responsabilidade sobre os ombros do agressor de modo que a vítima aparece aos nossos olhos como inteiramente inocente.
A equivalência “vítima=inocente” e “agressor=culpado” raramente se mostra verdadeira na prática. Nas ações que produzem uma injustiça em relação a alguém, ambos compartilham a responsabilidade, ainda que em níveis diferentes. Dificilmente uma pessoa é 100% inocente e a outra 100% culpada.
A segunda dinâmica é a de outras pessoas tomarem a defesa da vítima em vez de a própria vítima assumir este lugar e exigir justiça e reparação do agressor. Se ela fizesse isso, possivelmente poria fim à culpa do agressor e um novo começo poderia ter lugar. Quando, porém, a vítima não age é porque prefere cultivar a reivindicação e o direito de se ressentir do agressor. Existe um ganho secundário em permanecer como vítima. A vítima recebe o olhar de compaixão, quando não de admiração. Quando a vítima não age no sentido de buscar a reparação é como se ela preferisse deixar o agressor em dívida com ela como forma de punição.
Quando outros assumem a defesa da vítima em vez de ela própria os danos e as injustiças que as pessoas que assumem a defesa da vítima cometem para reparar o direito dela, em geral, só fazem surgir novas vítimas e novas pessoas más. Em vez de acabar com o mal ele é multiplicado.
Quando a vítima mesma assume a tarefa de reparação existe chance de o mal acabar. Quando outros assumem a defesa em nome dela é o mal que tem chance de se multiplicar.
JOSÉ LUIZ AMES E ROSANA MARCELINO são consteladores familiares e terapeutas sistêmicos e conduzem a Amparar
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