Saúde

Você tem Síndrome das Pernas Inquietas?

Estima-se que problema afete 10% da população mundial em algum momento da vida e inclui sintomas como dificuldade de dormir, péssima qualidade do sono, agonia, aflição e formigamento das pernas

Você tem Síndrome das Pernas Inquietas?

Talvez você nunca tenha ouvido falar, mas a Síndrome das Pernas Inquietas é um problema que acomete 10% da população mundial em algum momento da vida, mas outras pessoas podem enfrentar a condição de maneira mais frequente, experimentando sintomas nada agradáveis como dificuldade para dormir, péssima qualidade de sono, cansaço, aflição, agonia, dor e formigamento nas pernas e braços. “Nessa condição, a pessoa tem uma vontade incontrolável de mexer as pernas e acaba as movendo involuntariamente. Normalmente, esse movimento ocorre principalmente quando a pessoa está dormindo, atrapalhando a qualidade do sono, fazendo com que o paciente fique cansado durante o dia, sem rendimento e pode afetar até a produtividade no trabalho”, afirma a cirurgiã vascular e angiologista Aline Lamaita, membro da Sociedade Brasileira de Angiologia e Cirurgia Vascular.

Para identificar o problema, a médica explica que a síndrome obedece a três princípios básicos: “Na síndrome, as pernas estão melhores durante a luz do dia e pioram durante a noite. Além disso, elas pioram muito mais durante o repouso; quando o paciente está em movimento, dificilmente há crises. E, necessariamente, há uma gastura, agonia, uma vontade incontrolável de mexer as pernas. E essa gastura e aflição têm que melhorar quando o paciente consegue efetivamente mexer as pernas de forma mais vigorosa”, diz.

A origem

Grande parte dos casos, cerca de 70%, tem causa genética, de forma que os sintomas são mais graves, incomodam muito mais e são de mais difícil controle. “Esse distúrbio é mais comum em indivíduos mais velhos, mas pode ocorrer em todas as idades e em homens e mulheres.”

Nos outros 30% dos casos, ainda não há uma explicação muito clara, mas a médica diz que algumas situações de vida podem agravar ou desencadear a crise. “Tem relação com a doença de Parkinson, deficiência do ferro na alimentação (anemia, distúrbios do ferro ou que precisam de reposição), doenças reumatológicas, neuropatias, distúrbios musculares, problemas renais, deficiência de vitaminas e minerais, varizes e alguns problemas circulatórios”, diz a médica. “Outros fatores que podem agravar as crises são: o início ou a suspensão de certos medicamentos, consumo de cafeína, fumo, fadiga, temperaturas altas, ou períodos longos de exposição ao frio”.

Na maioria dos casos, a queixa é tão característica que a história clínica já é suficiente para o diagnóstico, mas, segundo a angiologista, não é incomum que esses pacientes sejam andarilhos de consultas médicas, procurando cirurgiões vasculares, ortopedistas e reumatologistas. “Geralmente, um neurologista é quem faz o diagnóstico e vai precisar de um quadro multidisciplinar com cirurgião vascular, ortopedista e outras especialidades para tratar as outras patologias associadas e conseguir ter um resultado apropriado para o paciente”, diz a médica.

Segundo ela, o diagnóstico adequado e o tratamento dessas condições podem aliviar os sintomas da síndrome. “Mas, ainda assim, há pacientes que persistem com o distúrbio de movimento mesmo após o tratamento das condições relacionadas”.

Algumas dicas para aliviar o desconforto

Para minimizar o quadro, a cirurgiã vascular e angiologista Aline Lamaita ressalta que algumas atitudes como banho quente, massagens nas pernas, aplicação de calor, compressas mornas, analgésicos, exercícios físicos regulares e eliminação da cafeína são medidas usadas para aliviar os sintomas. “Mas quando essas medidas não são suficientes, a SPI pode ser tratada com medicamentos que aumentam dopamina no cérebro, drogas que mexem nos canais de cálcio, opioides (que podem causar vício se usados em grandes quantidades) e benzodiazepinas (categoria que engloba alguns relaxantes musculares e remédios para dormir). Ao longo dos anos, a SPI pode surgir e desaparecer sem uma causa óbvia”, finaliza a médica.

FONTE: http://www.alinelamaita.com.br/