Opinião

Tira daqui e dá ali

Por Carla Hachmann

Nem bem conseguimos comemorar uma notícia vem outro balde de água fria. Enquanto o paranaense se vê, enfim, livre de pagar aposentadoria a ex-governadores e viúvas daqueles que já se foram, de outro lado deputados tiram dinheiro de áreas sociais para engordar os cofres dos partidos e se garantirem para as eleições do ano que vem.

É um eterno dar e tirar que parece não ter fim…

No Paraná, foi preciso o STF pôr fim a algo que resistia sem explicações. No início do ano, parecia que os deputados iriam aproveitar o projeto que acabou com a aposentadoria dos próximos ex-governadores e extinguir o benefício daqueles que já passaram, mas na última hora recuaram à pressão. Para o STF, o que fizeram foi uma “fraude”.

Já em Brasília, a conversa é outra. Os deputados já tinham elevado o valor do fundo partidário previsto pelo governo no Orçamento de 2020 de R$ 1,8 bilhão para R$ 2,5 bilhões. Agora, queriam subir para R$ 4 bilhões, mas foram “bonzinhos”, e vão tirar só mais R$ 1,3 bilhão de recursos destinados a áreas sociais para complementar o fundo, até o total de R$ 3,8 bilhões.

O dinheiro visa abastecer os partidos para a campanha ano que vem, com eleições para prefeitos e vereadores. Ou seja, nós vamos pagar a conta.

Isso sem contar a quantidade de pessoas que ficarão desassistidas do poder público, que já vem contando centavos para dar conta de tudo o que precisa e nem assim consegue. Parece que existem, sim, dois brasis.