Política

Terminais para as permissionárias

O próximo certame para prestação do transporte público promete alterações importantes

Com o fim do contrato entre a Prefeitura de Cascavel e as empresas Viação Capital do Oeste e a Pioneira em dezembro de 2021, o próximo certame para prestação do transporte público promete alterações importantes.

Hoje, as prestadoras de serviço são responsáveis exclusivamente pela frota e pelos servidores. No entanto, o Executivo municipal pretende ampliar as obrigações de quem assumir o trabalho, eximindo a Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito) de serviços atuais, a exemplo dos próprios terminais de transbordo.

O presidente da Cettrans, Alsir Pelissaro, explica que há interesse em elaborar um termo de referência do transporte coletivo. Caberia assim às futuras contratadas manter os abrigos de ônibus na cidade, limpar os banheiros e as estruturas dos terminais. “Com isso, as empresas assumiriam esse trabalho executado hoje pelos nossos servidores. Com a extinção da Cettrans, que passará de empresa pública para autarquia, teremos preocupações exclusivas relacionadas à fiscalização do transporte, horários e as condições dos veículos”, explica Pelissaro.

Entre as adequações previstas estão ainda sistemas modernos para verificar a entrada e a saída dos ônibus dos terminais, transformando o sistema manual em digital. Hoje o sistema é bastante arcaico: servidores da Cettrans usam pranchetas para anotar a pontualidade ou registrar atrasos dos veículos. Um software está em desenvolvimento na Fundetec (Fundação de Desenvolvimento Tecnológico de Cascavel). Só não foi implantado devido à necessidade de aquisição de uma central para hospedagem – por enquanto, não há dinheiro para isso.

Os ônibus, ao que tudo indica, também terão que apresentar uso de combustível alternativo. O modelo defendido por Pelissaro é de energia solar, no entanto, o uso de biocombustível não é descartado: “Vamos definir um cronograma para renovação da frota, com veículos com esses modelos de uso de combustível, aumentando gradativamente essa novidade”.

Cadê a integração temporal?

Em reunião com membros do Concidade (Conselho Municipal da Cidade), formado por engenheiros, arquitetos e entidades, Alsir Pelissaro foi cobrado sobre o sistema de integração temporal do transporte público.

Profissionais argumentaram que o atual modelo está longe de ser o que havia sido prometido, em que seria possível fazer a transferência de linha em qualquer parada de ônibus em um tempo pré-determinado sem pagar outra passagem. Em Cascavel, conforme justificou Alsir Pelissaro, buscou-se contemplar as ligações dos terminais Norte/Sul e Sul/Norte, com 35 minutos para o percurso. As linhas rurais têm um tempo maior – uma hora e 40 minutos. Ou seja, falou mas não respondeu.

 

 

Reportagem: Josimar Bagatoli