Política

“Se Deus quiser, vamos derrubar”, diz líder sobre veto de Bolsonaro

Bolsonaro deu um jeito de não se indispor com o ministro da Economia, Paulo Guedes, contrário à anistia que poderia relevar passivos de igrejas com a União que superam R$ 1 bilhão

Rio de Janeiro – A bancada evangélica no Congresso se reunirá na tarde desta terça (15) para discutir o que fazer após o presidente Jair Bolsonaro vetar o perdão a dívidas de igrejas.

Para parte dos deputados, Bolsonaro deu um jeito de não se indispor com o ministro da Economia, Paulo Guedes, contrário à anistia que poderia relevar passivos de igrejas com a União que superam R$ 1 bilhão.

Líder do grupo, o deputado Silas Câmara (Republicanos-AM) diz que, caso a bancada conclua que o melhor caminho é reverter a decisão presidencial no Congresso, não deve ter grandes dificuldades: “Se Deus quiser, vamos derrubar.”

Não só Deus: são 194 apoiadores oficiais da frente e 130 deputados “frequentadores de fato de igrejas”, além de 14 senadores, informa Silas. “Se cada um de nós conseguir um voto no seu estado, já foi o veto.”

Para a rejeição do veto é necessária a maioria absoluta dos votos de deputados e senadores, ou seja, 257 na Câmara e 41 no Senado.

A bancada viu no post publicado domingo (13) por Bolsonaro um aceno do presidente a seus interesses. Ele escreveu: “Confesso. Caso fosse deputado ou senador, por ocasião da análise do veto que deve ocorrer até outubro, votaria pela derrubada do mesmo”.

Para o deputado Sóstenes Cavalcante (DEM-RJ), “politicamente, [a pauta da equipe econômica] é um desastre para o governo, mas vamos resolver o problema no Parlamento”. “O motivo que levou o presidente a votar assim, nós desconhecemos. Se for para agradar Paulo Guedes é simples, que [o ministro] garanta a eleição dele em 2022. Não acredito nisso. O segmento religioso é muito fiel para [Bolsonaro] dar mais valor a Guedes.”