Política

Saúde encaminha paciente para UTI da rede particular

A paciente possui hipótese diagnóstica de sepse pulmonar por broncoaspiração e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Saúde encaminha paciente para UTI da rede particular

Internada na UPA Veneza desde domingo (2) à tarde, uma mulher de 93 anos foi transferida ontem para a UTI do Hospital São Lucas. Ela é a primeira paciente atendida por meio do PAI (Programa de Atendimento Imediato), que prevê o uso de leitos particulares para pacientes com risco iminente de morte e sem vagas na rede conveniada ao SUS.

O médico Lísias Tomé coordenou as ações de transferência estabelecidas pelo protocolo com o médico Jyot Guiot e o diretor técnico do Samu, Rodrigo Nicácio.

A paciente possui hipótese diagnóstica de sepse pulmonar por broncoaspiração e AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Bastante emocionado, o prefeito Leonaldo Paranhos fez questão de acompanhar a transferência, na tarde de ontem. “Se o meu mandato acabasse amanhã, eu estaria feliz, porque eu sempre acreditei nesse programa e ele vai servir de modelo para todo o Brasil”, afirmou.

As despesas hospitalares serão de responsabilidade do Município de Cascavel. “O objetivo é que todos os pacientes sejam transferidos, quando necessário, pela via convencional, com o suporte do Estado, mas, quando isso não for possível, esgotadas todas as possibilidades, existe o PAI. Um compromisso do prefeito Paranhos que agora pode ajudar a salvar uma vida, e isso não tem preço”, frisou o secretário de Saúde, Thiago Stefanello.

Luta antiga

A luta para que o Estado assuma a compra de leitos quando não houver vagas de UTI pelo SUS é antiga. Há sete anos, o então deputado estadual Leonaldo Paranhos protocolou uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) na Assembleia Legislativa do Paraná que instituiria o PAI em todo o Paraná. “Infelizmente, não foi possível naquele momento a gente instituir esse grande programa, mas em Cascavel, depois de muita luta, muitas barreiras, muitos ‘nãos’, de cumprir rigorosamente investimentos na atenção básica, constituímos esse programa e hoje estamos transferindo uma senhora de idade que precisa de uma UTI e, por estarem ocupados todos os leitos da central de leitos, estamos fazendo o uso do PAI”, afirmou o prefeito.

Nova ferramenta

No formato atual de regulação de leito, primeiro buscam-se leitos de UTI na rede pública; depois buscam-se leitos de UTI na rede privada credenciada ao SUS e, por último, recorre-se a leitos de UTI na rede privada não credenciada ao SUS. Com o novo formato previsto no PAI, a regulação seguirá essa ordem, mas, após esgotada a tentativa de leito na rede privada não credenciada ao SUS, o regulador buscará leitos de UTI extra, não cadastrados no Cnes (Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde), na rede privada. Isso ocorre para pacientes com risco iminente de morte atestado por três médicos.

Mesmo internado, o paciente continua clicado na regulação e, assim que possível, será direcionado para leito SUS.