Política

Reunião ministerial termina sem metas

Brasília – O presidente Jair Bolsonaro reuniu na manhã dessa terça-feira (8) seus ministros no Palácio do Planalto. A expectativa era de que fossem apresentadas as metas para os 100 primeiros dias de governo, prometidas pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que foram desmentidas pelo chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Augusto Heleno. Acabou que Heleno tinha razão.

Na quarta-feira da semana passada, quando o presidente reuniu sua equipe empossada pela primeira vez, Onyx havia informado que nesse segundo encontro seriam divulgadas as medidas prioritárias de cada pasta para os próximos três meses.

"Que história é essa de esboço [para os 100 primeiros dias de governo]? Eu não apresentei esboço nenhum. A reunião não foi disso. Tem um livrinho aqui, que foi distribuído, acho que fala qualquer coisa de 100 dias, do Conselho de Governo… não tem nada disso [medidas prioritárias]", declarou o ministro do GSI após a reunião.

Conflitos

Em oito dias de gestão, o Governo Bolsonaro já protagonizou uma série de desentendimentos internos que acabaram públicos, especialmente envolvendo as equipes política e econômica. Inclusive, o próprio presidente esteve no centro de um deles ao dizer que havia assinado decreto que reduzia o teto da alíquota do Imposto de Renda e elevava o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Pouco depois foi desmentido pelos seus ministros. Até agora ninguém disse quem estava certo.

E a reunião de ontem só confirmou que os desentendimentos internos continuam. Heleno disse que, se Onyx se comprometeu a divulgar esses dados e essas metas, é ele “quem deve ser cobrado”. "Cobrem dele [Onyx], não é minha função", completou o general considerado o guru do Planalto.

Sem detalhes

Heleno descreveu que, na reunião, que cada ministro “falou um pouquinho” sobre sua área, mas que nenhum projeto foi apresentado de forma concreta, nem mesmo detalhes da reforma da Previdência, considerada a principal bandeira da equipe econômica comandada por Paulo Guedes e que estaria sendo tratada como prioridade máxima.

Pente-fino

Na primeira reunião, ocorrida um dia depois da posse do presidente Bolsonaro, o ministro Onyx Lorenzoni anunciou um pente-fino nos últimos gastos e atos do Governo Michel Temer. Também não fora citado nenhum projeto prioritário do atual governo, com a promessa de que isso ocorreria ontem.

Antes do encontro, Jair Bolsonaro havia tuitado que, durante a reunião ministerial, ouviria seu time sobre "os planos, propostas de enxugamento das pastas e medidas de rápida implementação". E acrescentou: "Nosso país não pode mais esperar. Logo, novidades na linha que o brasileiro sempre exigiu! Bom Dia!"