Cotidiano

?Presidente tem prerrogativa de assim fazer e o faremos?, diz Maranhão sobre eleição na próxima quinta

BRASÍLIA — O presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), reafirmou que a eleição para presidente da Casa será na próxima quinta-feira, dia 14. Ele já tinha convocado reunião para essa data, mas os líderes, por maioria, aprovaram uma outra convocação para terça-feira, dia 12. Os dois atos foram publicados no Diário Oficial da Câmara. Maranhão não explicou se anulou o ato da convocação feita pelos líderes, mas afirma que a eleição será na quinta, por ser sua prerrogativa. A sucessão foi deflagrada com a renúncia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) à função numa tentativa de salvar seu mandato.

— De acordo com o regimento e com a Constituição, o presidente tem a prerrogativa de assim fazer e o faremos. Será quinta-feira às 16 horas – disse Maranhão, ao deixar a Casa.

Ele nega que haja risco de falta de quórum na data marcada por ele.

— Terá quórum, é importante. Os deputados querem participar da eleição — afirmou.

Maranhão confirmou que se encontrou com o presidente interino Michel Temer, mas negou que tenha pedido a Temer apoio para continuar no cargo.

— Conversamos sobre política, sobre Brasil. Foi Bom — disse Maranhão.

Perguntado se pediu apoio a Temer para continuar no cargo, respondeu:

— Não, não! Em absoluto, Não! — afirmou.

Ao longo da manhã, diversos parlamentares passaram pelo gabinete de Maranhão. Houve discussão acalorada quando estavam presentes deputados dos dois lados, como Carlos Marum (PMDB-MS) e Rogério Rosso (PSD-DF), que querem realizar o pleito na terça, e Alessandro Molon (Rede-RJ), que defende o pleito na quinta.

Marun afirma que a convocação feita por Maranhão tem por objetivo empurrar a eleição para agosto atrapalhando o presidente interino Michel Temer e criando embaraços no debate final sobre o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.

— A tentativa de levar a eleição para quinta-feira é para não acontecer e ir para agosto, para misturar com o impeachment e prejudicar o governo. É uma atitude nefasta e covarde — disse o peemedebista.

Molon nega que haja intenção de levar a eleição para o próximo mês. Ele afirma que a intenção é evitar que o pleito evite a decisão da Comissão de Constituição e Justiça sobre a cassação de Cunha. A reunião da comissão está marcada para terça-feira.

— Entre os que desejam fazer a eleição na terça-feira há os que querem inviabilizar a decisão da CCJ sobre Eduardo Cunha. Mas não vejo risco de ir para agosto. Tenho convicção que a eleição será antes do recesso — disse Molon.