Cotidiano

Paraná tem cerca de 300 sites falsos de leilões

Leiloeiro ensina como fazer bons negócios e não cair em golpes

Paraná tem cerca de 300 sites falsos de leilões

Comprar imóveis e veículos em leilões é uma modalidade de negócio bastante lucrativa, especialmente para investidores que enxergam nos leilões a possibilidade de fazer aquisições para comercialização. Mas estelionatários vem provocando dor de cabeça tanto em leiloeiros oficiais de todo país quanto em arrematantes. Criminosos criam páginas para enganar os clientes, que só percebem a fraude depois de pagar pelo bem. Só no Paraná, cerca de 300 páginas falsas já foram identificadas, de acordo com o leiloeiro oficial e vice-presidente do Sindicato dos Leiloeiros do Paraná, Helcio Kronberg. As páginas ficam por pouco tempo no ar, cerca de cinco dias, mas são suficientes para causar estrago.

Segundo Kronberg, para poder aproveitar as oportunidades oferecidas em leilões – com lances iniciais que muitas vezes podem chegar a 50% do valor de mercado –, os participantes precisam conferir, com calma e segurança, alguns detalhes importantes.

“Primeiramente é importante que o interessado confira no site do leiloeiro e no site da Junta Comercial qual o verdadeiro telefone de contato do leiloeiro, pois os falsários contam com um bom sistema de atendimento por WhatsApp ou por outros meios virtuais. Também é importante conferir o número de telefone da leiloaria na Junta Comercial e ligar, para verificar se o escritório tem mesmo uma estrutura física e atendimento de verdade. Desconfie também de preços muito abaixo da realidade”, explica.

Para acessar o site da Junta Comercial, basta entrar no site da instituição, clicar no item Serviços e procurar no menu Leiloeiros Oficiais.

Ainda de acordo com Kronberg, os falsários têm feito anúncios no Google e outros sites de busca, geralmente com domínios terminados em .com ou .org. “Procure sempre sites de leilões terminados em .com.br, além de preferir leiloeiros conhecidos que divulguem por outros meios que não apenas no Google. Também é bom checar há quanto tempo o site está no ar. Se for recente, desconfie. Basta colar a URL no site em www.registro.br. Outra dica é que quando se tratar de leilões judiciais, procurar os editais publicados no Diário da Justiça para verificar se aquele bem anunciado está correto”, aconselha.

Mais um conselho importante é acessar o site Fraude em Leilões, criado por leiloeiros e empresas do setor com o objetivo de prevenir golpes. “Há uma lista de sites verdadeiros e falsos para consulta. Para averiguar, basta informar o nome ou parte do nome na busca. Se o site que gerou dúvidas não está presente, a pessoa pode fazer uma denúncia na própria Junta Comercial, pois será averiguado”, garante.

Kronberg afirma que apostar em leilões seguros é uma forma promissora de empreendedorismo, especialmente com a retomada da economia. “É possível se tonar um empreendedor de leilões apenas pesquisando e escolhendo as melhores oportunidades, tudo quase sem sair de casa, já que a maioria dos leilões atuais são feitos de forma online”, diz.

Metade do preço em imóveis

Adquirir imóveis ainda é um dos investimentos mais lucrativos do mercado, e a compra de bens em leilão continua aumentando. É relativamente fácil encontrar casas, apartamentos e terrenos por preços 50% abaixo do valor praticado no mercado. Segundo Kronberg, nesse tipo de compra, quase todos os leilões permitem o parcelamento do imóvel mediante ao pagamento de 25% do valor à vista.

Outra vantagem apontada por Kronberg é que neste tipo de negociação há sempre um laudo completo de avaliação à disposição dos interessados, o que geralmente não acontece em outros tipos de transações imobiliárias. “Essa modalidade pode ser interessante tanto para investidores quanto para as pessoas que desejam obter a casa própria gastando menos. Os leilões são públicos e qualquer pessoa pode participar”, afirma.

Kronberg também ressalta que em leilões judiciais nenhuma dívida acompanhará o imóvel, pois ele é sempre entregue livre e desembaraçado de qualquer ônus. A única exceção são os condomínios em atraso. “Caso a ação seja exclusivamente de cobrança de condomínio, o valor pago já quitará a dívida. Quando não for, a eventual dívida poderá acompanhar o imóvel”, avisa Kronberg.

Caso o leilão seja anulado ou impugnado, o arrematante não corre risco algum, pois recebe de volta todo o valor pago.

Sobre Helcio Kronberg

Leiloeiro público oficial com 20 anos de experiência na área. É autor do livro “Leilões Judiciais e Extrajudiciais” lançado pela Editora Hemus. É autor de vários livros e docente, além de jurisconsulto com várias titulações acadêmicas. Para mais informações basta acessar: www.hkleiloes.com.br.