Agronegócio

Oeste: expectativa é que produção do milho seja até 30% superior nesta safra

Colheita será iniciada neste mês na Região Oeste

CASCAVEL/PR - 16-02-2011 - Plantação e colheita de milho no interior de Cascavel. Foto Jonas Oliveira
CASCAVEL/PR - 16-02-2011 - Plantação e colheita de milho no interior de Cascavel. Foto Jonas Oliveira

 

 

Cascavel – A agronegócio vem sofrendo desde o ano passado com a estiagem que resultou na quebra de produção, em seguida os problemas da geada e nas últimas semanas houve, ainda, a queda de granizo em cidades da Região Oeste que também trará prejuízos para o setor. Mesmo assim, com todas as dificuldades, a expectativa de produção do milho safrinha que começa a ser colhida este mês é de até 30% superior a última safra.

O presidente da Coopavel, Dilvo Grolli, falou que para uma das principais commodity (matéria-prima para a produção de alimentos), que é o milho, se espera uma produtividade entre 6 mil e 7,5 mil quilos por hectare na Região Oeste, uma ótima produtividade, considerando principalmente a média nacional, que foi de 4,050 quilos por hectare, na segunda safra de 2020/2021. Nesta safra, de 2021/2022, a média nacional está prevista para cerca de 5,5 mil quilos por hectare.

Grolli reforçou que esta produção é muito importante para o Paraná, porque reflete diretamente na produção de frango, carne e leite do Estado, vindo principalmente para equilibrar a oferta e a demanda. “Nesse primeiro semestre do ano estamos importando milho de outras regiões devido à quebra. Essas regiões às quais estamos buscando o grão são o Centro-Oeste brasileiro e o Paraguai”, explicou.

 

Recordes

Na região de Cascavel, são 368.850 hectares plantados com produção estimada de 2,49 milhões de toneladas, um rendimento previsto pelo presidente da Coopavel, que pode alcançar os 7 mil quilos por hectare. O último relatório mensal divulgado pelo Deral (Departamento de Economia Rural) do Paraná aponta que a produção de milho no estado, na segunda safra, deve atingir 16 milhões de toneladas e a expectativa que este volume de produção seja o maior da história, já que a área plantada é estimada em 2,7 milhões de hectares, também recorde para a cultura do milho.

O boletim aponta ainda que em geral as condições de lavoura apresentam-se 96% da área como boas e somente 4% em situação mediana. O relatório apontou também que já temos praticamente um quarto das lavouras em frutificação e 1% na fase final do ciclo, a maturação no campo.

O chefe do Departamento de Economia Rural, Marcelo Garrido, reforçou que existe a consolidação das perdas nas safras afetadas sobretudo pela estiagem e uma aposta dos produtores nas culturas de milho e soja. “É importante observar que, apesar dos problemas enfrentados recentemente, sobretudo climáticos, o produtor não desistiu de semear a terra, ainda que mude um pouco o foco de sua atividade principal”, afirmou. “A previsão é de uma grande safra”.

De acordo com o analista de milho do Deral, Edmar Gervásio, se confirmadas as previsões apontadas pelo relatório mensal, o Paraná terá recorde de produção e de área para a segunda safra da cultura do milho. “Deve trazer um abastecimento geral para o Estado”, afirmou o técnico.

No caso da primeira safra, a colheita já atingiu 96% da área, com produção estimada em 2,9 milhões de toneladas. A estimativa de boa produção na segunda safra (no Brasil a previsão é de 88 milhões de toneladas) e a valorização do Real frente ao Dólar já provocaram uma queda de 14% no preço do milho recebido pelo produtor em relação a março. Na semana passada, a cotação da saca de 60 quilos estava em torno de R$ 71,00.

 

Granizo

Algumas plantações da Região Oeste terão prejuízos devido a uma precipitação de granizo ocorrido no mês de abril, sendo que os números e o prejuízo ainda estão sendo apurado. A perda pode chegar a cerca de 22 mil hectares de milho, dos quais 9 mil apenas no município de Maripá, uma perda de aproximadamente 130 mil toneladas do grão.

Conforme o secretário de Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, o volume representa cerca de 5% da safra da regional de Toledo, boa produtora de milho e em relação ao Estado, significa algo em torno de 0,85% da produção. Segundo ele, perda sempre é perda e são ruins, mas no contexto geral a produção agrícola será boa.

Para o chefe do Departamento de Economia Rural, Marcelo Garrido, a estimativa divulgada pelo Deral mostra uma tendência que já era verificada desde o início do ano: a consolidação das perdas nas safras afetadas sobretudo pela estiagem e uma aposta dos produtores nas culturas de milho e soja. “É importante observar que, apesar dos problemas enfrentados recentemente, sobretudo climáticos, o produtor não desistiu de semear a terra, ainda que mude um pouco o foco de sua atividade principal”, afirmou. “A previsão é de uma grande safra.”

 

 

Foto: Arquivo/AEN