Cotidiano

Mesmo sem terminar obra, empresa é absolvida 

A empresa Tallento Construtora de Obras Ltda, que construiu o novo bloco do Ceep (Centro Estadual de Educação Profissionalizante) Pedro Boaretto Neto, em Cascavel, mas deixou a obra parada e depois teve de refazer serviços que foram executados de forma inadequada, foi absolvida pela Comissão de Processo Administrativo para Apuração de Responsabilidade (PAAR) montada pela Secretaria de Educação do Paraná.

A absolvição data de 14 de setembro e já foi publicada no Diário Oficial. Os sócios da construtora e o técnico responsável pela obra de ampliação da unidade escolar também foram inocentados no processo interno.

A absolvição deixou o diretor do colégio, Nildo Santello, surpreso: “Não há motivos para absolver, tem coisas que estão inacabadas”, argumenta.

Segundo ele, ainda há problemas de acabamentos, além de defeitos nas partes hidráulica e elétrica. Paredes que estavam trincadas foram consertadas, mas voltaram a rachar novamente. “O quadro de luz não ficou adequado como consta na planilha”, explica o diretor.

As obras ainda causam transtornos para professores e alunos.

MPF e TCE

A investigação interna da Secretaria de Educação não era a única em andamento. O caso foi denunciado ao MPF (Ministério Público Federal) por se tratar de uma obra que também teve recursos da União e o TCE (Tribunal de Contas do Estado) também apura possíveis irregularidades dentro das investigações da Quadro Negro. Os dois órgãos de investigação ainda não concluíram os trabalhos.

Foram investidos mais de R$ 4 milhões na execução do novo bloco.

O que diz o Estado

A Secretaria de Educação informou que a Comissão Processante “não encontrou evidências de irregularidades imputáveis à empresa, mas sim questões decorrentes de problemas técnicos na planilha de serviços contratados, posteriormente corrigidos, levando à absolvição da empresa quanto a este contrato”.

Ainda de acordo com a Seed, as provas constantes nos autos do PAAR não demonstraram que a empresa tivesse abandonado a obra e informou que a Comissão Processante responsável seguiu todos os procedimentos necessários estabelecidos em lei, garantindo aos investigados o contraditório e a ampla defesa.