Cotidiano

Marginal da BR-277: Obra nunca executada pode parar na justiça

O trecho de cerca de 1,5 quilômetro de marginal que nunca saiu do papel

Marginal da BR-277: Obra nunca executada pode parar na justiça

Cascavel – Vinte empresas que ficam às margens da BR-277 em Cascavel, da altura do km 582 ao 584, estão com faixas em forma de protesto, cobrando por um trecho de cerca de 1,5 quilômetro de marginal que nunca saiu do papel. A estrada que foi aberta há cerca de 12 anos, teve suas galerias construídas pelos próprios empresários de modo que facilitasse o acesso aos estabelecimentos e a expectativa do grupo era para que, com a duplicação de 3,1 quilômetros da rodovia, a marginal fosse enfim pavimentada. Ela só não foi asfaltada como teve seus acessos para a rodovia fechados.

Há cerca de um mês o desespero começou a bater mais forte porque, segundo o empresário Augusto Paludo, as estacas foram retiradas e extraoficialmente a concessionária que administra o trecho teria informado que a obra havia sido retirada do projeto, sem detalhamentos dos motivos.

A partir disso iniciou uma intensa mobilização e uma das medidas foi a colocação das faixas. Outra delas é um dossiê que vem sendo elaborado com números que comprovam como o trecho faz falta e deixa prejuízos milionários. “O documento está sendo realizado, mas as empresas empregam cerca de mil pessoas, têm um faturamento de R$ 1 bilhão por ano e só no meu caso, desde que as obras começaram e que os acessos da marginal foram fechados, o faturamento encolheu 20%. Antes eu recebia cerca de 300 veículos por mês, agora são 240”, destacou.

As perdas médias do grupo atingido podem ter se aproximado dos R$ 300 milhões. Sem a pavimentação e os acessos, a maioria dos clientes, em busca de mecânica pesada e outros atendimentos ao transporte rodoviário, acabam buscando outros fornecedores onde consigam chegar com mais facilidade.

Como 15 das 20 empresas são ligadas ao transporte de cargas, o SIntorpar (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas do Oeste do Paraná) também entrou na discussão e a reivindicação vai parar em todos os entes públicos e privados possíveis e necessários. “Vamos entregar uma cópia deste dossiê a cada segmento e vamos levar esta discussão a todas as instâncias, inclusive à Justiça caso não tenhamos uma resposta”, afirmou o presidente do Sintropar, Wagner Adriani Pinto.

A Ecocataratas afirmou ao O Paraná que “se trata de uma via municipal não pavimentada utilizada a título precário”. “Este segmento não faz parte do escopo do projeto da duplicação executado e concluído em 2018, não cabendo à concessionária as ações de manutenção e conservação”.

A Prefeitura disse que “com a inclusão do Lago Azul no perímetro urbano, agora se busca recursos para levar melhorias ao bairro e que numa estimativa inicial, seriam necessários cerca de R$ 35 milhões para pavimentação das ruas e da marginal”. “A Secretaria tem conhecimento dos problemas e, como já destacado, está buscando recursos para poder executar as obras necessárias”, alertou.

Reportagem: Juliet Manfrin