Cotidiano

Fora da temporada - Nove afogamentos são registrados em 50 dias

O caso mais recente é o de duas mortes registradas em Formosa do Oeste, no Rio Piquiri. Dois homens, de 41 e 42 anos, morreram

No fim de semana, embarcação com seis pessoas virou; duas não sobreviveram - Foto:Divulgação
No fim de semana, embarcação com seis pessoas virou; duas não sobreviveram - Foto:Divulgação

Formosa do Oeste – Os números de afogamentos registrados pelo Corpo de Bombeiros são alarmantes. Em um período de 50 dias, entre 1º de setembro e 20 de outubro, nove afogamentos foram atendidos pelos Bombeiros. Enquanto no mesmo período do ano passado, na região havia apenas um registro e nenhum óbito.  

O caso mais recente é o de duas mortes registradas em Formosa do Oeste, após uma embarcação com seis pessoas virar na tarde do último sábado (19) no Rio Piquiri. Dois homens, de 41 e 42 anos, morreram.

Outra situação registrada no último sábado foi registrada em Toledo, próximo ao Clube Caça e Pesca. Um rapaz precisou ser resgatado, mas sobreviveu.

No último dia 13, um rapaz de 17 anos morreu afogado enquanto tomava banho em um rio na área rural de Medianeira.

No dia 11 de outubro, dois pescadores de 28 e 29 anos morreram após uma embarcação virar no Lago de Itaipu, em Entre Rios do Oeste.

Em Umuarama, região noroeste, um homem de 29 anos morreu afogado, também no dia 11, ao tentar atravessar a nado o Lago Aratimbó.

Em setembro, no dia 28, um homem de 56 anos morreu afogado em Palotina. E, um dia antes, um adolescente de 14 anos morreu afogado enquanto brincava com amigos em um rio em Foz do Iguaçu.

Desaparecida

Na contagem do Corpo de Bombeiros ainda não consta o caso de uma adolescente de 15 anos, moradora de Cascavel, que desapareceu após cair de um jet ski no Rio Paraná, em Altônia. O incidente foi registrado no último dia 11 e até ontem o corpo dela ainda não havia sido encontrado.

O Corpo de Bombeiros, a Marinha e um grupo de pescadores continuam nas buscas.

A Polícia Civil também investiga o caso. Isso porque a garota estava acompanhada de uma amiga de 18 anos e dois homens que elas haviam conhecido no dia do incidente. Os homens e o piloto do jet ski fugiram logo após a menina desparecer.

De acordo com a Polícia Civil, o piloto do jet ski se apresentou na delegacia no último fim de semana. Ele foi ouvido e liberado por não se tratar mais de flagrante. Ele teria confirmado que a garota caiu após o jet ski virar em uma manobra. Ele disse que também caiu mas que conseguiu voltar ao equipamento, enquanto a adolescente – que não sabia nadar e não fazia uso de colete salva-vidas – se afogou.

Até o momento, a amiga da garota e outras duas pessoas, proprietárias de um bar próximo ao local do desaparecimento, foram ouvidas pela polícia. Agora a polícia tenta identificar e localizar os homens que estavam com as jovens no dia do acidente.

Corpo de Bombeiros alerta

O comandante do 4º GB (Grupamento de Bombeiros), major Rogério Lima de Araújo, reconhece que a situação está crítica na região e alerta para acidentes com embarcações e a falta de equipamentos de segurança. “Tivemos diversos acidentes com embarcações, como em Formosa do Oeste e Entre Rios, o que chama a atenção é a falta de uso de equipamentos de segurança, como o colete, que é obrigatório e poderia ter evitado os óbitos. É preciso que tanto o passageiro quanto quem conduz a embarcação tenham essa consciência e sigam todas as regras de segurança”, alerta o major.

Outra questão levantada pelo comandante é o aumento da procura por rios e piscinas nesta época do ano: “Outubro é um dos meses em que nós mais temos variação de clima, grandes picos de calor, e isso leva as pessoas a procurarem locais para se banhar. Então a nossa orientação é sempre procurar locais com proteção de guarda-vidas, tanto ao ar livre quanto nas piscinas em clubes, por exemplo. Outra questão é saber que em caso de afogamento o Corpo de Bombeiros deve ser acionado imediatamente pelo 193”, enfatiza.

Os cuidados nesta época de temperaturas mais altas se estendem principalmente às crianças. “É preciso que os pais ou os responsáveis tenham o máximo de cuidado e atenção com piscinas domésticas ou mesmo vasilhas com água. Afogamento é a segunda causa de morte entre crianças de um a quatro anos, então é preciso estar alerta sempre, até mesmo em estabelecimentos com piscinas comerciais, pois tem a questão dos ralos das piscinas onde a sucção de cabelos pode acontecer… por isso é preciso o máximo da atenção em todos os aspectos e os ambientes”, relembra o major.

Reportagem:Cláudia Neis