Cotidiano

Estudo da OCDE mostra Paraná como exemplo mundial em desenvolvimento sustentável

Principais pontos fortes do Estado estão na energia renovável, proteção ambiental e redução de desigualdades

No Estado do Paraná está em funcionamento desde janeiro de 1999 a Usina Eólica de Palmas, com 2,5 MW, de propriedade da COPEL. OParaná foi pioneiro nesse segmento ao investir na instalação da primeira usina eólica. Foi no município de Palmas, Sul do Estado, em 1999, com potência de 2,5 megawatts. A usina foi resultado de um trabalho minucioso – o Projeto Ventar – iniciado pela Copel em 1994. - Palmas/PR, 13.05.2011 - Foto Jonas Oliveira
No Estado do Paraná está em funcionamento desde janeiro de 1999 a Usina Eólica de Palmas, com 2,5 MW, de propriedade da COPEL. OParaná foi pioneiro nesse segmento ao investir na instalação da primeira usina eólica. Foi no município de Palmas, Sul do Estado, em 1999, com potência de 2,5 megawatts. A usina foi resultado de um trabalho minucioso – o Projeto Ventar – iniciado pela Copel em 1994. - Palmas/PR, 13.05.2011 - Foto Jonas Oliveira

Energia sustentável, proteção ambiental e redução de desigualdades. Esses são alguns aspectos que fazem do Paraná um exemplo mundial no desenvolvimento sustentável, destacados em um estudo de caso lançado nesta terça-feira (29) pela OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico). A pesquisa analisa de que forma o Paraná aderiu e aplicou os ODS (Objetivos de Desenvolvimento Sustentável) da ONU (Organização das Nações Unidas) ao longo dos últimos dois anos.

A OCDE é uma organização internacional integrada por países-membros que se empenham em promover padrões internacionais que permeiam questões econômicas, financeiras, comerciais, sociais e também ambientais.

O estudo “Uma Abordagem Territorial para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Paraná” foi lançado durante a 4ª Mesa-Redonda da OCDE sobre Cidades e Regiões para os ODS, evento online realizado nessa terça-feira (29) e que continua na quarta (30). Além do Paraná, também foram lançados relatórios sobre a província de Córdoba, na Argentina, e da cidade de Kitakyushu, no Japão.

A pesquisa destaca que as políticas públicas do Paraná estão voltadas ao desenvolvimento sustentável desde a década de 1990. Nos últimos anos, o Estado passou a utilizar os ODS como guia para melhorar as áreas de saúde, educação e segurança, além de diminuir a desigualdade social entre diferentes partes do território.

Na apresentação dos relatórios durante o evento, o vice-secretário geral da OCDE, Ulrik Vestergaard Knudsen, destacou que o Paraná já é um exemplo contundente na área de energia renovável. “Cerca de 94% da energia consumida no Paraná vem de fontes renováveis, mais que o dobro da média das regiões da OCDE, que fica em 41%”, ressaltou o executivo.

Na parte ambiental, a pesquisa também aponta que os pontos fortes do Paraná são a qualidade do ar, a preservação da água e a proteção costeira. Neste último quesito, por exemplo, o Estado supera as médias da OCDE e do Brasil: enquanto o Estado tem 51% das áreas costeiras protegidas, o País tem 36% e a OCDE, 20%.

Outros destaques do Paraná em comparação a outros estados estão na educação, no mercado de trabalho e em indicadores econômicos, com uma performance que supera em mais de 70% a média brasileira.

Grande parte desses resultados é fruto da atuação do Conselho Estadual de Desenvolvimento Econômico e Social do Paraná (Cedes), órgão responsável pela implementação da Agenda 2030 no Estado. A vice-presidente do Cedes, Keli Guimarães, disse que a pandemia revelou a urgência da resiliência nas sociedades, já que os desafios globais só podem ser enfrentados com soluções locais. Nesse contexto, ela destacou a atuação rápida e eficaz do Paraná.

“O desempenho de nossa economia predominantemente agroindustrial e com importante atividade exportadora permitiu que, em 2020, fossem reduzidos os impactos da pandemia. Mas ainda há muito por fazer, e a Agenda 2030 representa uma oportunidade de potencializar impactos concretos na vida das pessoas”, afirmou Guimarães.

PARANÁ DE OLHO NOS ODS – Para implementar os objetivos da agenda no Estado, o Cedes criou a Estratégia Paraná de Olho nos ODS, que tem como foco o planejamento, a execução e o monitoramento de políticas públicas voltadas para o desenvolvimento sustentável.

Entre as ações do plano estratégico estão o desenvolvimento de um diagnóstico estadual e municipal, a captação de recursos e prospecção de boas práticas realizadas pelo mundo e a mensuração do retorno social das ações realizadas através de indicadores globais.

Uma dessas ações foi citada como boa prática no estudo da OCDE: a parceria entre o Cedes e o Tribunal de Contas do Paraná para monitorar e avaliar a incorporação dos ODS no planejamento orçamentário do Estado. “Sabemos o Paraná que queremos no futuro e estamos trabalhando muito para chegar lá”, acrescentou a vice-presidente.

ODS – Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável compõem a Agenda 2030 – uma agenda de desenvolvimento proposta pela ONU em 2015 para guiar boas práticas dos países para os próximos 15 anos. Ela integra 17 ODS, que abrangem diferentes aspectos da sociedade. Entre os objetivos, estão a erradicação da pobreza, igualdade de gênero, energia renovável, educação de qualidade, crescimento econômico, entre outros. A proposta é que sociedade, empresas e governo atuem juntos para cumprir os objetivos.

MESA-REDONDA – A conferência da OCDE contou com representantes de cidades, regiões, governos nacionais, setor privado, sociedade civil, academia e organizações filantrópicas de todo o mundo para apresentar os resultados dos três novos estudos de caso. O evento também reuniu exemplos de outras cidades que tiveram bons resultados dos ODS durante a pandemia, como Braga, em Portugal, e Estrasburgo, na França. Os painéis continuam ao longo desta quarta-feira (30).

O estudo sobre o Paraná pode ser acessado AQUI.