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Estelionato: Empresários estrangeiros têm prejuízo de R$ 248 mil

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Estelionato: Empresários estrangeiros têm prejuízo de R$ 248 mil

Cascavel – Empresários estrangeiros que foram vítimas de um golpe e tiveram um prejuízo de R$ 248 mil buscaram a Polícia Civil para registrar boletim de ocorrência. Eles contam que negociaram cargas de frango congelado com o golpista que usava o nome de uma empresa do ramo em Cascavel. “O golpista entrou em contato com esses empresários, um de Portugal e outro das Ilhas Seychelles, identificando-se como funcionário dessa empresa de Cascavel via e-mail oferecendo a mercadoria e, diante disso, a negociação se desenvolveu também por WhatsApp. Ele tinha um site falso com o nome da empresa”, explica o delegado adjunto da 15ª SDP, Fernando Zamoner.

Os contratos que foram fechados pelas empresas vítimas foram de US$ 416.810 referentes a cerca de 567 toneladas de frango congelado, que seriam destinados para os Emirados Árabes Unidos e a Venezuela. Foram antecipados US$ 66,540 (cerca de R$ 248 mil com a cotação do dia), transferidos para um banco na Espanha, onde supostamente a empresa de Cascavel teria conta.

“Depois desse pagamento e sem a entrega do produto, o empresário de Portugal decidiu vir ao Brasil para conhecer a empresa e verificar a qualidade do produto. Já o outro empresário fez contatos telefônicos e assim constataram que se tratava de um site falso e que tinham caído em um golpe de estelionatários internacionais, por isso o empresário de Portugal e um representante da empresa de Cascavel buscaram a polícia, já que ambos foram vítimas”, acrescenta o delegado.

Outros casos

Fernando explica que não há indícios de que alguém de Cascavel ou da região tenha envolvimento com o crime e que, por se tratar de uma operação internacional, a investigação deve ser feita pela Polícia Federal. “Por se tratar de um crime internacional, nós vamos levar todas as informações e os documentos que temos à PF, que já apura casos semelhantes a esse. Nós ainda não temos informações sobre os golpistas, que podem ser uma única pessoa ou um grupo”.

O crime é tratado como estelionato porque, se fosse cometido no Brasil, seria caracterizado dessa forma. Contudo, se não se confirmar nenhum delito cometido no Brasil, apenas o uso do nome da empresa, o caso terá de ser enviado para o país onde o ato foi praticado e onde as vítimas tiveram prejuízo.

Zamoner acrescenta que o crime não é incomum. Em 2017, um caso semelhante, com mesmo modus operandi, aconteceu com dois empresários da África do Sul do ramo de carnes. Eles pretendiam comprar 100 toneladas carne e realizaram negócios por meio de um site falso com o nome de uma cooperativa da região.

Como evitar

O delegado Fernando Zamoner alerta para alguns cuidados que podem evitar esse tipo de golpe. “Fazer o uso de seguradoras, empresas especializada nesse tipo de negociação, que têm as cautelas necessárias para poder verificar se é uma empresa real e tentar um segundo meio de contato com o fornecedor, que não seja aquele pelo qual ele te procurou, algo que confirme a existência da empresa”.