Cotidiano

Eletrobras anuncia programa de redução de custos

RIO – O presidente da Eletrobras, Wilson Ferreira, disse na manhã desta terça-feira que a companhia vai promover um forte programa para reduzir custos e aumentar a eficiência da companhia. Ferreira, que apresenta os resultados da estatal no segundo trimestre na Associação de Analistas Profissionais de de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec), no Rio, disse que a companhia precisa tomar muitas medidas para aumentar a eficiência e manter os resultados positivos sustentáveis.

A Eletrobras teve um lucro de R$ 12,7 bilhões no segundo trimestre deste ano graças à contabilização de R$ 17 bilhões relativos a indenizações nos contratos de concessão que foram renovados no sistema de transmissão.

— Isso (contabilização das indenizações) não é suficiente para garantir sustentabilidade. O compromisso é recolocar a Eletrobras de forma sustentável em seus resultados. E para isso terá que investir em eficiência — destacou Ferreira.

Para isso, de um lado, a companhia vai avaliar os ativos que possui nos quais deveria ter custo inferior à receita e que atualmente não tem. Outro lado será buscar o aumento da eficiência.

Para aumento da eficiência, o presidente da Eletrobras disse que será feita uma grande racionalização de custos que envolverão desde a redução do uso de prédios no Rio de Janeiro e em outras regiões, como em Brasília.

— Tem que haver um esforço muito grande de racionalização de custos. Além de trabalhar o tema de pessoal, que é uma alavanca que tem que se buscar. Ter uma estrutura organizacional mais enxuta. Outra coisa, temos seis prédios nesta região (no Rio). É óbvio que acaba tendo uma estrutura maior do que o necessário, do que ter um prédio só. Também tentar buscar a gestão em outros locais, como em Brasília, onde temos uma representação de cada empresa em prédios diferentes. Acho que se pode racionalizar — explicou Ferreira.

Sobre o Programa de Incentivo à Demissão Voluntária (PIDV), Ferreira disse que o assunto está sendo tratado neste momento e que será tratado com os sindicatos, mas que ainda não há nada decidido. As empresas do grupo Eletrobras (Furnas, Eletrobras, Chesf e Eletrosul) têm cerca de 23 mil empregados.

— Nós precisaremos ter algum tipo de incentivo, mas nós não decidimos ainda porque tem que olhar a questão sobre a ótica da idade média do pessoal. Tem muito o que fazer em materiais, serviços de terceiros e outros — destacou Ferreira.

Sobre as indenizações que serão recebidas referentes à renovação dos contratos de concessão do sistema de transmissão no valor de R$ 17 bilhões, Ferreira lembrou que a Eletrobras só vai começar a receber a partir de julho de 2017 em parcelas durante oito anos.

O presidente da estatal disse acreditar que será possível privatizar a Celg-D até o fim deste ano. O leilão da distribuidora de energia de Goiás está sendo reavaliado depois de o governo ter suspendido o certame devido à falta de interessados. A ausência de interesse foi principalmente devido ao preço mínimo de R$ 2,8 bilhões, que foi considerado elevado pelos investidores, considerando que o vencedor terá de assumir as dívidas da companhia que chegam a R$ 2,4 bilhões. As outras seis distribuidoras das regiões Norte e Nordeste controladas pela Eletrobras serão privatizadas no próximo ano.

— A decisão de privatização das distribuidoras de um lado interrompe uma saída de capital que a companhia tinha e nos obriga a operar essas empresas na direção da eficiência para serem privatizadas no próximo ano — destacou Ferreira.