Política

Desenvolvimento do Brasil e Paraguai: Ponte da Integração é o novo marco

A data de lançamento coincide com as festividades de aniversário de 35 anos de geração e de 45 anos de criação da Itaipu Binacional

Desenvolvimento do Brasil e Paraguai: Ponte da Integração é o novo marco

Foz do Iguaçu – Os presidentes do Brasil, Jair Messias Bolsonaro, e do Paraguai, Mario Abdo Benítez, lançaram nessa sexta-feira (10), em Foz do Iguaçu, a pedra fundamental da segunda ponte que ligará os dois países. A data de lançamento coincide com as festividades de aniversário de 35 anos de geração e de 45 anos de criação da Itaipu Binacional, que vai pagar integralmente a construção da nova ponte, com recursos da margem brasileira.

Durante a cerimônia foram assinados convênios relacionados à construção e ao repasse de recursos da Itaipu Binacional. Um deles delega ao governo do Paraná a responsabilidade pela administração da obra. Outro convênio é com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), que desenvolveu os projetos executivos da ponte.

Todo o evento foi acompanhado da outra margem do Rio Paraná, em território paraguaio, onde um grupo de autoridades se reuniu para marcar o momento histórico. Após o descerramento da placa da pedra fundamental, houve queima de fogos na margem paraguaia.

Participaram da cerimônia, além dos presidentes, os ministros brasileiros da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro; da Defesa, Fernando Azevedo e Silva; das Relações Exteriores, Ernesto Araújo; de Infraestrutura (Transportes), Tarcísio Gomes de Freitas; de Minas e Energia, Bento Albuquerque; e do Desenvolvimento Regional (Integração), Gustavo Henrique Canuto.

Também compareceram o governador do Paraná, Carlos Roberto Massa Júnior; o governador do Departamento de Alto Paraná, Roberto Gonzalez; os diretores-gerais brasileiro e paraguaio da Itaipu, Joaquim Silva e Luna e Jose Alberto Alderete Rodríguez; além de outros diretores e conselheiros da usina, autoridades e empresários do Brasil e do Paraguai.

Parceria

Bolsonaro reforçou a importância da parceria entre os países e do alinhamento entre seu governo e o de Benítez: “Nós que, além de presidentes, somos paraquedistas, ficamos mais perto das nuvens. E talvez por estarmos mais perto das nuvens, nossos sonhos sejam mais altos”.

O presidente do Paraguai lembrou que já esteve com Bolsonaro por cinco vezes, o que demonstra a grande afetividade entre os dois países. “É um recorde”, brincou.

Sobre o projeto, afirmou se tratar de uma vitória sobre a “apatia e o pessimismo daqueles que acreditavam que a obra não sairia”. E completou: “Não vamos esperar 54 anos para dar início à outra ponte, a de Porto Murtinho. Vamos começar imediatamente.”

Hub logístico

Segundo o governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Jr., a obra tornará a região o maior hub logístico da América do Sul. Ratinho lembrou que a segunda ponte pode ser um passo importante para um salto ainda maior, com a criação do corredor bioceânico.

Sobre o envolvimento da Itaipu com a obra, o diretor-geral brasileiro da usina, general Joaquim Silva e Luna, foi enfático: “Itaipu é uma empresa que tem alma; faz muitas coisas com excelência. Nesse sentido, entendemos que estamos investindo o melhor das nossas energias no cumprimento da missão. Muito obrigado a todos por confiarem na energia de Itaipu”.

O diretor-geral paraguaio da Itaipu, Jose Alberto Alderete Rodríguez definiu a solenidade como um momento transcendental. “A ponte será um salto para novas oportunidades e para uma vida melhor para paraguaios e brasileiros. Vamos, juntos, construir uma obra que vai gerar desenvolvimento para os dois países”.

Recursos

Para custear os R$ 462.995.564,22 previstos para a construção da ponte e da perimetral em Foz do Iguaçu, a Itaipu Binacional já iniciou um remanejamento de recursos aplicados em convênios e patrocínios que não têm aderência à missão da empresa. Ao longo dos três anos até concluir a ponte, Itaipu não alterará a sua tarifa de energia, para não prejudicar o consumidor brasileiro.

A intenção é que os recursos aplicados sejam de setores onde a binacional deixará de investir por não serem considerados prioritários para o desenvolvimento socioeconômico da região.

Simbolismos

O nome escolhido para o empreendimento, “Ponte da Integração Brasil-Paraguai”, tem vários simbolismos, já que a obra sela o bom relacionamento entre os dois países. A aproximação por meio da engenharia começou com a construção da Ponte Internacional da Amizade, entre Foz do Iguaçu e Cidade do Leste, há 54 anos.

A construção de Itaipu, nas décadas de 1970 e 1980, aprofundou mais o relacionamento entre brasileiros e paraguaios e contribuiu para mudar a história dos dois países. A Ponte da Integração, entre Foz do Iguaçu e Presidente Franco, deverá gerar um novo impulso de desenvolvimento nas áreas de fronteira, inclusive na Argentina, além possibilitar a conexão, futuramente, com o Chile e a Bolívia.

“A segunda ponte, reivindicada há pelo menos 30 anos por brasileiros e paraguaios, além de encurtar as distâncias entre os centros de produção de bens e serviços, facilitará o transporte de cargas e pessoas, potencializando as relações socioeconômicas dos países próximos”, diz o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna.