Cotidiano

Crise hídrica: consumo diminui, mas chuvas estão pela metade

Estiagem seca quedas e evidencia paredões nas Cataratas do Iguaçu

Foto: Christian Rizzi
Foto: Christian Rizzi

Reportagem: Cláudia Neis

A queda nas temperaturas sentidas nos últimos dias, com a chegada de frentes frias que trouxeram chuva para a região oeste do Paraná, fizeram com que o consumo de água domiciliar também diminuísse. De acordo com a Sanepar, em março o consumo chegou ao pico de 71 milhões de litros em apenas um dia; nesta semana, a média está em 69 milhões de litros diários.

Os 44 milímetros de chuva registrado na segunda-feira (6) em Cascavel também trouxeram alívio, mas a Companhia afirma que ainda não há motivos para comemorar, pois a situação segue complicada. Para se ter ideia, o acumulado de chuva no quadrimestre é menos da metade do mesmo período de 2019.

Este ano, choveu 365 milímetros, contra 715mm em 2019. Já se comparar a anos anteriores os números preocupam ainda mais: em 2018 havia um acumulado de 1.134mm e, em 2017, somava 847mm de chuva no mesmo período.

Apesar da situação crítica, que já levou a Sanepar e captar água do Lago Municipal de Cascavel, ainda não há previsão para adoção de rodízio no abastecimento urbano; contudo, a medida também não está descartada.

 Caminhão-pipa

A situação não se restringe a Cascavel. De acordo com a Sanepar, em Medianeira, além de rodízio adotado há mais de um mês, o abastecimento tem sido complementado diariamente com caminhões-pipa. Santa Lúcia também tem sido abastecida pelos caminhões e, em Santa Tereza, tem sido necessário o abastecimento pelos caminhões-pipa nos fins de semana.

Produção de energia

Na fronteira, além da paisagem das Cataratas do Iguaçu ter sido alterada com uma das maiores secas da história, com a vazão reduzida para 15% da média, a Usina Hidrelétrica de Itaipu ainda não registrou redução na produção de energia, mas a possibilidade existe para o segundo semestre caso não haja recuperação.

De acordo com nota enviada pela Itaipu, até o momento o abastecimento segue normalmente. “A Itaipu está atendendo a ambos os países [Brasil e Paraguai] sem qualquer restrição. Algum efeito da permanência das baixas vazões e estiagem no Estado do Paraná pode ocorrer no segundo semestre de 2020. A expectativa para o primeiro semestre é de baixo consumo de energia no Brasil e no Paraguai e excedente de oferta de energia no SIN-BR [Sistema Interligado Nacional]. Existe uma previsão de recuperação gradual [de chuva] ao longo deste mês e a ocorrência de frentes frias deve resultar em chuvas sobre o reservatório de Itaipu, contribuindo para a elevação do nível do reservatório”.