Cotidiano

Consamu: Equipe vai organizar a gestão de hospitais

A equipe, que deve contar com integrantes do Consamu, representantes das Secretarias de Saúde de Cascavel e Toledo e também do Estado, deve ser formada até a próxima semana para que os trabalhos já sejam iniciados.

Consamu: Equipe vai organizar a gestão de hospitais

Cascavel – Após o aval dos 48 prefeitos que formam o Consamu (Consórcio Intermunicipal Samu Oeste) sobre a gestão e a operacionalização do Hospital de Retaguarda de Cascavel e do Hospital Regional de Toledo, agora uma equipe será formada para analisar todos os detalhes da gestão de cada hospital e montar um plano de ação. “Temos que analisar as duas apresentações, de cada hospital, verificar todos os detalhes. Os números apresentados pelas prefeituras, mudança de plano de cargos e salários, como será feita a contratação das equipes, se terceirizado ou não… Uma série de detalhes técnicos que nós precisamos nos interirar, inclusive para ver o que podemos reduzir de custos, por exemplo. É uma área totalmente nova para o Consamu, então é necessária muita análise para que tudo corra da melhor forma possível, por isso a criação desse grupo, que vai ficar à frente de todo esse trabalho”, explica o diretor-geral do Consamu, José Peixoto.

A equipe, que deve contar com integrantes do Consamu, representantes das Secretarias de Saúde de Cascavel e Toledo e também do Estado, deve ser formada até a próxima semana para que os trabalhos já sejam iniciados.

Peixoto explica ainda que a aprovação dos prefeitos é apenas o primeiro passo, que marca o início da nova atividade que será desenvolvida pelo Consórcio. “Agora uma série de processos serão realizados de forma simultânea. Essa aprovação vai tramitar em uma comissão formada pelas Regionais de Saúde e dos secretários de Saúde dos municípios de Cascavel e Toledo. Assim como temos que fazer algumas modificações no nosso estatuto, já que é uma atividade totalmente nova e ela precisa constar de forma clara no regulamento do Consórcio”, esclarece Peixoto.

Ele afirma ainda que todos esses processos devem estar concluídos até o fim de janeiro para que sejam novamente aprovados em assembleia pelos prefeitos.

A abertura dos dois hospitais prevê mais 140 leitos colocados à disposição da população da região oeste do Estado. Serão necessários pelo menos 500 novos profissionais para atender Cascavel e Toledo, segundo Peixoto.

Dentre as vantagens apresentadas aos prefeitos para se mudar o estatuto e permitir que o gerenciamento seja feito pelo Consórcio está o fortalecimento e a autonomia dos municípios, descentralizando ações de governo, o que aumenta a transparência e o controle das decisões públicas, além de melhorar o relacionamento das prefeituras com outras esferas de governo.

Hospital Microrregional de Cascavel

A Prefeitura de Cascavel já anunciou que o Hospital de Retaguarda, ou agora Hospital Microrregional de Cascavel, deve entrar em funcionamento a partir de 1º de março do ano que vem. Antes, o imóvel hoje ocupado pela estrutura da UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) Brasília passará por reforma, o que deve acontecer de janeiro a março. o O diretor-geral do Consamu, José Peixoto, acredita que, apesar de o tempo ser reduzido até o prazo determinado, tudo deve estar encaminhado para a abertura da unidade.

A abertura do hospital deve acontecer em três fases: a fase um em março, com 28 leitos de enfermaria clínica e dez leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) Adulto. A segunda fase está prevista para 1ª de junho, com a abertura de dez leitos de saúde mental, e, a terceira, com previsão para 1ª de setembro, com abertura de dez leitos de enfermaria clínica cirúrgica e centro cirúrgico ou dez leitos de UTI adulto.

A operacionalização da primeira fase está consignada ao término da reforma e da ampliação da UPA Brasília, já as outras duas fases só devem ser discutidas depois de a primeira estar em funcionamento, com discussões sobre a viabilidade financeira e o cronograma de implantação.

Além de pacientes de Cascavel, o hospital também será referência para Santa Tereza do Oeste, Catanduvas e Lindoeste.

O custeio mensal está previsto em cerca de R$ 1,2 milhão, que deve ser bancado pelo Estado e pela União, de acordo com a Prefeitura de Cascavel.

Caso não haja cobertura suficiente para as despesas conforme as receitas de produção e complementação estadual, os municípios devem ratear as despesas, levando-se em conta a taxa de uso/ocupação, com acerto de contas mensal na mesma formatação do Cedip/Cisop.

Decisão madura

“Foi uma decisão madura, de quem entendeu e demonstrou que tem conhecimento da real necessidade que temos”, avaliou o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos, após a assembleia do Consamu. Para ele, a parceria traz dinamismo, menos burocracia, além de desonerar o Município e contemplar toda a microrregião.

A administração direta se torna inviável justamente devido à necessidade de contratação de 100% dos profissionais, o que impactaria diretamente o orçamento do Município e o índice prudencial de forma integral.

Hospital Regional de Toledo

Já a situação do Hospital Regional de Toledo é mais complexa, uma vez que a obra foi concluída e entregue mas está abandonada há mais de três anos e precisa passar por uma ampla reforma e readequação, que não têm prazo para começar.

O diretor-geral do Consamu, José Peixoto, estima que a reforma deve levar em torno de oito meses e somente depois disso é que a gestão se iniciaria. No HRT são 40 leitos clínicos e outros 40 cirúrgicos e a manutenção da unidade passaria dos R$ 2 milhões por mês.

Peixoto afirma que ambas as prefeituras se comprometeram com os convênios e os custeios, mesmo diante de possíveis negativas de repasse do Estado, já que ambos apostam que os mais de R$ 3 milhões seriam repassados pelo governo às prefeitura e, delas, para o Consamu.

A reportagem do Jornal O Paraná entrou em contato com a Secretaria de Saúde do Estado solicitando uma posição para o possível custeio, mas não houve retorno.