Cotidiano

Boa pescaria: Pescadores comemoram altas temperaturas

Nível do rio baixou um metro, mas condições da pesca são as melhores

Boa pescaria: Pescadores comemoram altas temperaturas

Reportagem: Juliet Manfrin

Santa Helena – Se há quem reclame do calorão fora de época, as temperaturas elevadas dos últimos dias são comemoradas pelos pescadores de todo o entorno do lago de Itaipu. A sensação térmica de 40ºC ajuda a aquecer a água mesmo durante o inverno e, assim, os peixes que comumente estariam mais para o fundo do rio, acabam subindo, ficando mais perto da margem e essa condição facilita a pesca.

Em Santa Helena, na comunidade de pescadores no ponto de pesca Nossa Senhora dos Navegantes, Valdevino Nunes de Camargo e a esposa estão felizes da vida. “Com a água mais quente os peixes sobem e assim estamos conseguindo pescar mais ou menos o que pescamos no verão”, conta Valdevino.

Para se ter uma ideia, a média por pescador chega a cerca de 30 quilos de peixe por dia, condição idêntica à registrada na estação mais quente do ano. No inverno, essa média não passa de 10 quilos por pescador/dia.

A atividade é o principal meio de subsistência de cerca de 2 mil pescadores em todo o entorno do lago de Itaipu. Apesar do período de estiagem, a paisagem nas margens do Rio Paraná ainda não mudou muito. “Baixou em torno de um metro, por enquanto está tranquilo ainda, no fim do ano passado, por exemplo, baixou uns cinco metros”, explica o pescador.

Por enquanto, as condições do tempo não mudam a programação nem interferem na abertura das temporadas nas praias da Costa Oeste, a maior parte delas fazendo obras e melhorias para receber os turistas nas férias e nas festas de fim de ano. A abertura das temporadas vai ocorrer entre o fim de outubro e o início de novembro.

Itaipu

Outro ponto onde a paisagem não mudou muito foi no reservatório de Itaipu.

Segundo a equipe técnica da Binacional, a vazão do Rio Paraná na chegada à usina de Itaipu em agosto foi de 7,4 milhões de metros cúbicos por segundo; e o valor médio no ano de 2019 está em 8,7 milhões de metros cúbicos por segundo, abaixo da média histórica para agosto (9,8 milhões), mas a produção de energia não está comprometida. “Nesses momentos de baixa afluência, é fundamental para a produção de energia a maximização da produtividade. Nesse quesito, a usina de Itaipu obteve os melhores indicadores de produtividade nos meses de julho e agosto de 2019, de forma que a produção está normal, atendendo às solicitações de Eletrobras e Ande (Paraguai)”, afirmou a equipe técnica.

A vazão das Cataratas do Iguaçu também não mudou muito e registrou nesta semana 1,3 milhão de metros cúbicos por segundo. O Rio Iguaçu, que desemboca no cartão-postal, não foi atingido pela estiagem porque há registros de precipitação em sua cabeceira, na região de Curitiba. O mesmo vale para o Rio Paraná, apesar das chuvas mais escassas sobre seus afluentes e cabeceira, o que não chega a comprometer a vazão.