Cotidiano

Água contaminada? Ministério Público abre inquérito para apurar denúncia contra a Sanepar

A denúncia está relacionada ao surto de diarreia registrado no Município de Cascavel entre dezembro de 2018 a maio de 2019

Água contaminada? Ministério Público abre inquérito para apurar denúncia contra a Sanepar

Reportagem: Cláudia Neis

Cascavel – Foi instaurado na última semana, pelo Ministério Público do Paraná, inquérito civil para apurar denúncias feitas por vereadores das comissões de Defesa do Consumidor e de Meio Ambiente de Cascavel contra a Sanepar.

A denúncia está relacionada ao surto de diarreia registrado no Município de Cascavel entre dezembro de 2018 a maio de 2019, causado pelo protozoário Cryptosporidium hominis que estava presente na água.

A acusação

Com base na investigação das origens dos casos feita pelo Ministério da Saúde, que concluiu que o protozoário estava na água do Rio Saltinho, local de captação da Sanepar, e em água de retrolavagem de filtro em duas estações de tratamento administradas pela companhia, os vereadores acusam a Sanepar de ter agido com “imprudência, negligência e imperícia ao não realizar análises para monitorar existência de protozoários na água e, assim, fornecer água imprópria para o consumo humano, não avisando aos órgãos competentes e divulgando amplamente a situação para alertar a população de nossa cidade para sobre o estado da água e os cuidados necessários”.

No documento, os vereadores citam o registro de 12.233 casos de diarreia, que superlotaram as UPAs (Unidade de Pronto-Atendimento) e causaram gasto de R$ 1.644.087,38.

Os vereadores solicitaram a Sanepar compensasse o prejuízo e realizasse avanços na detecção de protozoários na água, só que a companhia teria negado as solicitações.

O que será apurado?

O inquérito civil visa apurar se procede a notícia de que, entre dezembro/2018 e maio/2019, a Sanepar forneceu à população de Cascavel água contaminada pelo protozoário Cryptosporidium spp; se a Sanepar sabia da contaminação e não adotou medidas efetivas; se houve surto de diarreia aguda naquele período em Cascavel; se procede que o Município teve gasto adicional em razão do surto; se há indícios de que o surto tenha tido como causa o protozoário Cryptosporidium spp; se procedem os gastos de R$1.644.087,38; e, se a Sanepar não indenizou o Município.

A Sanepar informou que não recebeu notificação sobre a abertura de um inquérito civil sobre a denúncia feita pelos vereadores. A empresa reitera e garante a qualidade da água distribuída para a população de Cascavel.