Opinião

A tragédia da educação

Por Jadir Zimmermann

São trágicos os números da educação mostrados esta semana pelo IBGE, através da Pesquisa Anual por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD-Contínua). É inadmissível que mais da metade da população com 25 anos ou mais sequer tenha concluído o Ensino Médio, e um terço sequer possui o fundamental completo. E pior: choca que ainda hoje existam 11,3 milhões de brasileiros que não sabem ler ou escrever.

Preocupa ainda mais outro indicativo: o desinteresse em melhorar a escolaridade que cresce justamente nas faixas de menor instrução. É uma forma de realimentar a própria catástrofe.

Não dá pra culpar, de forma alguma, o atual governo por essa situação, até por que os números da análise foram colhidos ainda no ano passado. Mas é fundamental que o governo do presidente Jair Bolsonaro olhe para estes números com muita atenção, pois nenhuma nação dá um salto de qualidade que permita à sua população almejar um futuro melhor sem investir pesado na educação.

É necessário que o Ministério da Educação desperte para o quadro desolador apresentado pelo IBGE, abdique de polêmicas desnecessárias geradas por posições ideológicas e comece a centrar sua energia em políticas para iniciar uma transição que faça o Brasil deixar as posições humilhantes em rankings de nível de escolaridade.

Medidas superficiais não irão resolver o problema da educação brasileira. E politizar o tema é seguir arriscando as futuras gerações. Partir para a reinvenção da educação no Brasil é algo urgente. Não é possível admitir que em plena era do conhecimento, apenas 26% da população brasileira com idade de 25 anos ou mais, completa uma faculdade.