Agronegócio

2019: o ano para recuperação da suinocultura

Suinocultura se consolida na região com plantel estático de 4,3 milhões de cabeças
Suinocultura se consolida na região com plantel estático de 4,3 milhões de cabeças

Reportagem: Juliet Manfrin

O cenário negativo vivido pela suinocultura paranaense em 2018, com prejuízos e alguns produtores independentes deixando a atividade, dá sinais de que pode começar a perder força em 2019. A reabertura do mercado russo para o produto brasileiro no fim de outubro (estava fechado havia um ano) e a perspectiva de aumento de importação por países asiáticos sinaliza condições mais favoráveis ao setor nos próximos meses. A perspectiva foi divulgada em reunião da Comissão Técnica de Suinocultura integrada por líderes de todo o Paraná.

Reni Gerardi, presidente da comissão, lembrou com os participantes que depois de um ano difícil, com embargos, preços baixos e custos de produção elevados, os produtores finalmente recebem uma sequência de boas notícias. “Nessa última reunião do ano da nossa comissão, finalmente temos sinais de uma mudança nas nossas perspectivas. Nos mobilizamos aqui para esse debate em um clima de esperança que 2019 será melhor, com mais oportunidades de virarmos essa página de um ano difícil”, disse.

O consultor da Faep Antônio Poloni forneceu atualizações sobre a caminhada do Paraná para se tornar “Livre de Febre Aftosa Sem Vacinação”, com reconhecimento da OIE (Organização Mundial da Saúde Animal). “Sanidade é um patrimônio econômico do País, tem que ser visto como um compromisso de infraestrutura do Paraná. Quem produz carne de primeira, tem que vender aos países que pagam por qualidade de primeira. Sanidade é garantir avanços para todo o estado”.

Quem também levou informações sobre a biosseguridade, mais especificamente sobre a suinocultura, foi João Humberto Teotônio de Castro. O médico-veterinário é coordenador do Programa de Vigilância e Prevenção de Doenças de Suínos da Adapar (Agência de Defesa Agropecuária do Paraná).

Castro lembrou alguns dados do Paraná, como o rebanho de 7,3 milhões de cabeças no Estado, dos quais cerca de 4 milhões estão na região oeste do Paraná, o principal polo da suinocultura brasileira, e o fato de os paranaenses terem representado mais de 14% de toda a carne suína exportada pelo Brasil em 2017, o que totalizou cerca de 90 mil toneladas e mais de US$ 200 milhões em movimentação financeira no ano passado.

Castro lembrou da Instrução Normativa 265, que regulamenta as boas práticas voltadas à prevenção e controle de doenças infecciosas nos locais onde ocorre a criação de suínos. O estado é o primeiro a ter um regulamento dessa natureza. “A IN vem ao encontro com aspectos como a importância socioeconômica da atividade no Paraná, a percepção do risco sanitário, o potencial do impacto socioeconômico e a ênfase nas exigências estruturais e boas práticas”, explicou.

O encontro da Comissão Técnica teve ainda a participação do técnico do Departamento Técnico Econômico do Sistema Faep/Senar-PR, que abordou a NR 31 e a nova Lei Trabalhista.