
São Paulo - O governador do Paraná, Ratinho Junior (PSD), afirmou que a recente melhora nos índices de aprovação do presidente Lula (PT) tende a ser passageira. Segundo ele, a recuperação da imagem do governo federal está relacionada à postura adotada na disputa comercial com os Estados Unidos sobre as tarifas aplicadas a produtos brasileiros.
“Essa defesa do Brasil e do empresário nacional faz o governo ganhar protagonismo. Eu concordo com isso, é natural que a popularidade suba em momentos assim”, declarou Ratinho Junior em entrevista coletiva durante o leilão de concessão do canal de acesso ao Porto de Paranaguá, realizado na sede da B3, em São Paulo.
De acordo com a pesquisa Genial/Quaest, divulgada em 8 de outubro, a aprovação e a desaprovação de Lula empataram dentro da margem de erro — algo que não ocorria desde janeiro de 2025. O levantamento, feito entre 2 e 5 de outubro, apontou 49% de desaprovação e 48% de aprovação ao governo petista.
Ratinho, que possui 85% de aprovação entre os paranaenses segundo a Paraná Pesquisas, comparou as oscilações políticas a uma metáfora conhecida. “A política é como a nuvem: em um momento está de um jeito, e logo muda. Isso é natural”, disse.
Eleições
O governador paranaense é citado como possível candidato à Presidência em 2026, e tem mantido diálogo com partidos do centro e da direita. Questionado sobre o tema, ele preferiu cautela, mas admitiu que seu nome está sendo discutido dentro do PSD, ao lado de outras lideranças como o gaúcho Eduardo Leite. “Não necessariamente preciso ser o protagonista. O importante é definir quem melhor representa o modelo de país que defendemos”, afirmou.
Ratinho destacou ainda que mantém relação técnica e republicana com o governo federal, especialmente com os ministros Renan Filho (Transportes) e Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos). “São áreas estratégicas em que Paraná e União precisam atuar juntos para que os projetos avancem”, observou.
Durante o evento, o governador reiterou que sua possível candidatura à Presidência depende de uma “construção política sólida”, inserida em um projeto de modernização nacional.