Curitiba – De acordo com dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o Paraná terminou o ano de 2020 com saldo positivo na produção industrial. O segmento cresceu 1,2% em novembro, sétimo resultado positivo consecutivo e nono mês com aumento na atividade em 2020, colocando o Estado entre as melhores retomadas do País. Apenas Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Minas Gerais e Ceará acompanham o crescimento do Paraná no último ano.
“Os números positivos são reflexo do padrão histórico de flutuação na produção industrial paranaense”, explica Robson Gonçalves, professor de Economia dos cursos de MBA do ISAE Escola de Negócios.
Segundo o especialista, o setor conta com duas características marcantes que garantem esse resultado. “O Paraná possui grande influência do agronegócio. Essa influência, por sua vez, afeta diferentes atividades industriais ligadas à produção no campo, como o abate de animais, processamento de carnes e leite, entre outras. Outro ponto é a forte produção de veículos, tanto de passeio quanto pesados, que faz com que o Estado tenha uma economia pró-cíclica. Isso significa que, quando o País como um todo entra em recessão, ela é mais forte no Paraná. Por outro lado, quando o País cresce, a indústria local cresce ainda mais”, aponta.
Analisando os dados mensais, o grande destaque ficou para os meses de maio e setembro, que cresceram, respectivamente, 21,2% e 9,2%. Já os meses de março e abril registraram perdas.
Ainda assim, a produção industrial paranaense já apresenta saldos tão positivos quanto os alcançados em 2019, ano em que o Estado atingiu o maior resultado do País.
“Esse duplo aspecto [do agronegócio e da produção de veículos] está se repetindo claramente desde o segundo semestre do ano passado e tende a persistir nos próximos meses de 2021, podendo alavancar ainda mais a indústria paranaense”, diz. “O bom momento do agronegócio está sendo impulsionado pela alta do dólar e pelo aumento nos preços das commodities no mercado internacional. Ao mesmo tempo, a recuperação dos níveis de emprego e renda no mercado interno estimula a indústria automotiva”, complementa Robson Gonçalves.