Cotidiano

Vale deve arcar com R$ 181 milhões para reparar danos de desastre da Samarco

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RIO ? A Vale informou nesta quinta-feira que, provavelmente, terá de desembolsar R$ 181 milhões no primeiro semestre de 2017 para restauração do meio ambiente e das comunidades afetadas pelo rompimento da barragem de rejeitos de minério da Samarco, em novembro de 2015, pois a empresa não tem caixa suficiente para honrar os compromissos. A Vale e a mineradora australiana BHP são sócias da Samarco, com 50% cada.

?Dada a previsão atualizada do fluxo de caixa da Samarco, é provável que os acionistas sejam chamados a cumprir, na proporção de sua participação acionária, as obrigações do acordo assinado em 2 de março de 2016 para restauração do meio ambiente e das comunidades afetadas? pelo acidente. Os R$ 181 milhões que a Vale estima gastar será descontada da provisão (reserva para possíveis perdas futuras) de R$ 3,7 bilhões que a empresa registrou em seu balanço no segundo trimestre de 2016.

Há cerca de um ano, a Samarco protagonizou o maior desastre com barragens de rejeitos já registrado no país e um dos maiores do mundo. Uma das barragens da empresa em Mariana (MG), a barragem de Fundão, se rompeu, lançando toneladas de rejeitos no Rio Doce. O resultado foram 19 mortos, graves danos ambientais e comprometimento do abastecimento de água de várias cidades. As operações da Samarco estão paradas desde o acidente.

A Vale disse ainda que pretende disponibilizar à Samarco linhas de crédito de curto prazo de até US$ 115 milhões para apoiar suas operações no primeiro semestre de 2017. Os fundos serão liberados à medida que forem necessários, sujeitos ao cumprimento de determinadas condições, disse a mineradora em nota. Segundo ela, a oferta de crédito não configura uma obrigação da mineradora e que a BHP Billiton pretende tornar disponível linhas de crédito de curto prazo em termos e condições similares.