Um dia depois de reportagem do O Paraná alertando sobre a ação de despejo do Hospital Nossa Senhora da Salete, o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) finalmente fala sobre o assunto. Ele disse que pretende agir para que os atendimentos não sejam interrompidos.
Há mais de dois anos os proprietários do imóvel foram à Justiça devido a uma dívida, e agora pediram execução da sentença, que é a ordem de despejo entregue na última sexta, com prazo de 15 dias. “Não vamos permitir – sem reagir – qualquer possibilidade de fechamento do hospital. Vamos reagir a qualquer chance de ser fechado e, se precisar, vamos agir rigorosamente”.
Paranhos enviou ofício à 5ª Vara Cível para informar da importância da estrutura médica para a região. Também já entrou em contato com o secretário de Estado da Saúde, Beto Preto, para que possa verificar todas as medidas possíveis afim de evitar a interrupção dos serviços.
Embora não tenha contrato com a prefeitura, o Hospital Nossa Senhora da Salete é responsável por 50% das demandas médicas na cidade.
Devido aos reflexos ocasionados com o fechamento do hospital, a Comissão Permanente de Saúde da Câmara de Vereadores decidiu cobrar explicações das autoridades sobre a situação atual. Foram provocados o secretário de Saúde, Rubens Griep, e o diretor da 10ª Regional de Saúde, João Gabriel Avanci. “Não podemos aceitar o fechamento. Tem 23 pacientes na UTI, mais de 100 leitos com pacientes operados, com cirurgias marcadas. O hospital presta mais de 200 mil atendimentos por ano. O Hospital Universitário não teria capacidade para comportar essa demanda”, afirma o vereador Josué de Souza, presidente da Comissão.
Os vereadores visitaram a estrutura após reportagem que revelou a negociação imobiliária por trás do fechamento do hospital.
Apesar de várias tentativas, a direção do Hospital Nossa Senhora da Salete se recusa a atender a reportagem para falar sobre o assunto. Para Josué, o empresário Rogério Lunardelli, que administra o hospital, e o proprietário, o médico José Peixoto, revelaram detalhes sobre o despejo: “Eles nos informaram que venceu o contrato e houve desentendimento entre os herdeiros do imóvel – um deles não quer a renovação do contrato. Tem o interesse imobiliário para que no terreno sejam construídas duas torres”.
Uma das medidas emergenciais cogitadas pelos vereadores para evitar o fechamento do hospital é o decreto de área de utilidade pública – pelo Estado ou pelo Município. Mas não há estimativa do valor da área. “Não estamos preocupados com quem vai tocar o hospital, se será uma fundação, o Lunardelli ou o Peixoto. O que não podemos permitir é que ele feche. Vamos fazer de tudo para evitar esse despejo”, completa Josué.
Reportagem: Josimar Bagatoli