Cascavel – Apesar dos anúncios de que o Paraná “fez seu dever de casa” e que não sentiria os impactos da crise econômica os números não deixam dúvidas. Segundo o Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) do Ministério do Trabalho e Emprego, do início de 2015 até o início deste ano foram fechados no Estado 107,3 mil postos de trabalho, ainda não recuperados. A maioria na indústria, seguido pelo comércio e os serviços.
Não fosse o agronegócio, a situação seria ainda pior.
Em 31 de dezembro de 2015 o Estado tinha 2.721.285 empregados com carteira assinada. Em janeiro de 2018, são 2.586.000, retração de 5%. Vale lembrar que nos últimos meses o saldo de contratações tem sido positivo no Estado.
Os números revelam ainda que os piores anos para o emprego com carteira assinada no Estado foram 2015, quando, no acumulado de 12 meses, houve o fechamento de 76.196 postos e, em 2016, no acumulado, a retração resultou na perda de 59.828 ocupações com carteira assinada.
Em 2017, quando os especialistas enfim começaram a falar em recuperação econômica, foram criadas 12.127 novas oportunidades formais, amenizando o saldo negativo estadual.
“Claro que a crise ainda não foi embora e há muito para ser feito, a ser percorrido. Acreditamos que a recuperação plena só deva ocorrer na virada da década. A economia dá sinais de recuperação e o Brasil poderá crescer 2,8% neste ano e o Paraná promete embalar, mas ainda temos um cenário político a ser avaliado, com as eleições em outubro. Isso por si só traz certa instabilidade”, considera o economista Wilhelm Meiners.
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Início otimista
Dentre os primeiros possíveis sinais dessa recuperação começa a se consolidar neste início de ano. O saldo de 2017 se equipara, por exemplo, ao resultado paranaense apenas do mês de janeiro de 2018, quando foram contratadas 11.637. “O que não se pode esquecer é que um mês não pode ser avaliado de forma isolada. Um mês pode ser bom e outro não, então o que se deve avaliar é o contexto global e analisar um período”, reforça a coordenadora da Agência do Trabalhador de Cascavel, Marlene Crivelari.
A recuperação plena desses empregos no Paraná levaria, se tomada como base a geração formal no acumulado do ano passado de 12.127, pelo menos nove anos. “Mas acreditamos que a economia retome crescimento neste ano e, se tivermos políticas públicas voltadas para o desenvolvimento econômico, com os novos gestores que assumirão em 2019, podemos recuperar em um prazo de tempo menor”, avalia o economista.