Cotidiano

Morgan Stanley vai oferecer períodos sabáticos remunerados

2008-022686-_20080319.jpgNOVA YORK – A ideia de ter um ano sabático, descansando longe de estudos ou trabalho e aproveitando o ócio criativo para refletir sobre a vida e a carreira, é muito tentadora, mas pode esbarrar na falta de dinheiro. Para uns poucos, já é possível ficar um tempo distante do batente para um período sabático, e o melhor: recebendo por isso.

Em um esforço para não perder talentos, o banco Morgan Stanley está oferecendo quatro semanas sabáticas remuneradas para os funcionários recém-promovidos ao cargo de vice-presidente, segundo uma pessoa da instituição contou ao jornal ?Financial Times?.

Mas chegar a ocupar uma vice-presidência ? quando os salários giram em torno de US$ 150 mil por ano, ou cerca de US$ 12.500 por mês ? não é fácil nem rápido. De acordo com o jornal, são necessários cinco anos de trabalho ? muitas vezes com jornadas longas. Ainda de acordo com o jornal britânico, o banco está de olho nos funcionários, para evitar que eles pensem que optar pelo mês sabático é sinônimo de fraqueza.

NEM TUDO SÃO FLORES

O funcionário do Morgan Stanley revelou também outra iniciativa da instituição para evitar que os jovens partam para outras empresa. Agora, as ofertas de trabalho para quem está em início de carreira serão feitas mais cedo. Este ano, os analistas serão chamados para a conversa sobre o futuro na empresa em novembro ? três meses antes do habitual, diz o ?FT?.

Os bancos de Wall Street são conhecidos por suas jornadas de trabalho extenuantes, com funcionários que chegam a trabalhar 100 horas em uma semana. Ultimamente, essas instituições têm procurado tomar medidas que amenizem esses hábitos.

JPMorgan, Bank of America e o próprio Morgan Stanley já adotaram políticas para melhorar o equilíbrio entre horas trabalhadas e o tempo dedicado ao descanso. A orientação é simples: não trabalhar nos fins de semana.

E as jornadas longas começam antes mesmo da efetivação, com estagiários ávidos por mostrar serviço e permanecendo muitas horas conectados ao trabalho. Diante deste cenário, o Goldman Sachs recomendou que eles fiquem longe do escritório entre meia-noite e 7h durante a semana.