WASHINGTON – Resultados de bancos americanos divulgados nesta sexta-feira mostraram avanço do lucro em 2016 e surpreenderam positivamente o mercado, como no caso do Bank of America e do JP Morgan, mas o desempenho do Wells Fargo foi decepcionado pelo escândalo de contas falsas.
O Bank of America anunciou lucros anuais sólidos, empurrados pela alta de suas taxas de juros e pelo aumento de seu volume de empréstimos para o consumo. O lucro líquido de 2016 aumentou 13%, frente a 2015, e alcançou US$ 16 bilhões, marcado, em particular, por um aumento de 46,8% no quarto trimestre, a 4,34 bilhões. Este resultado gerou um lucro por ação de US$ 1,50 no ano e de US$ 0,40 no último trimestre, contra US$ 1,47 e US$ 0,38 esperados, respectivamente.
Já o JPMorgan Chase & Co, maior banco em ativos nos Estados Unidos, anunciou lucro e receita mais robustos que o esperado, com ajuda de aumento nas negociações de investidores diante das eleições presidenciais dos Estados Unidos.
O lucro líquido do banco saltou 23,8% no quarto trimestre, para US$ 6,730 bilhões, frente a ganho de US$ 5,430 bilhões no quarto trimestre de 2015. No ano de 2016, o banco alcançou lucro recorde de US$ 24,7 bilhões.
?Crescemos em virtualmente todos os nossos negócios e mostramos disciplina de gastos enquanto continuamos investindo para o futuro. A economia dos Estados Unidos pode estar retomando força. Olhando para o futuro, há uma oportunidade para que sejam implementadas boas decisões políticas, racionais e com reflexão, para estimular o crescimento e a criação de empregos para os americanos?, afirmou, em nota, o presidente executivo do JPMorgan Chase & Co, Jamie Dimon.
A inesperada vitória de Donald Trump nas eleições de 8 de novembro desencadeou uma onda de negócios com ações e títulos em um período que normalmente é mais fraco para as mesas de negociações.
ESCÂNDALO DE CONTAS FALSAS
Enquanto Bank of America e JP Morgan se destacaram pelos bons resultados, o banco Wells Fargo registrou queda de 4,2% no lucro líquido em 2016, para US$ 21,940 bilhões. No quarto trimestre, a perda foi ainda maior, de 5,4% frente ao quarto trimestre de 2015, para US$ 5,270 bilhões. O resultado foi marcado por medidas implementadas pelo banco para retomar a confiança dos clientes e investidores após o escândalo de contas falsas.
Em setembro, o banco recebeu uma multa de US$ 185 milhões de reguladores por causa da abertura de mais de duas milhões de contas sem autorização. No início da semana, o banco anunciou que vai eliminar os incentivos para a abertura de contas.