
Steve McCurry, conhecido no mundo todo, tirou a fotografia de Sharbat quando ela tinha apenas 12 anos e acabara de chegar a um campo de refugiados em Peshawar, no Paquistão. Ela era mais uma das pessoas que deixava sua vida para trás por causa dos violentos conflitos provocados pela ocupação soviética no Afeganistão. A imagem estampou uma icônica capa da revista ?National Geographic? em 1985 e e rendeu a Sharbat o apelido de “Mona Lisa do Terceiro Mundo”.
Em sua conta no Instagram, ele saiu em defesa de Sharbat e prometeu ajudá-la como for possível:
?Estamos fazendo tudo que podemos para entender os fatos ao entrar em contato com nossos colegas e amigos na área. Estou comprometido a fazer tudo que for possível para fornecer apoio legal e financeiro para ela e sua família. Eu me oponho a esta ação das autoridades nos termos mais fortes possíveis. Ela sofreu pela sua vida toda e a sua prisão é uma escandalosa violação dos seus direitos humanos?, escreveu McCurry. mccurry
O fotógrafo manteve, ao longo de todos estes anos, esforços para obter informações sobre a vida de Sharbat. Em 2002, dezessete anos depois de tirar a icônica foto, McCurry reencontrou a afegã. Ela ainda vivia em um campo de refugiados ? mas desta vez na remota localidade de Nasir Bagh, que também fica no território paquistanês. A esta altura, ela já era casada e mãe de três filhas. Em uma nova foto, os seus expressivos olhos verdes mais uma vez foram capturados pelas lentes. E, então, o fotógrafo financiou o seu maior sonho: a viagem de peregrinação a Meca com a sua família.
Em 2015, Sharbat se tornou alvo de investigação das autoridades, que descobriram que os documentos que a identificavam como Sharbat Bibi eram falsos. Ela teria sido uma das milhares de pessoas que conseguiu driblar o sistema computadorizado paquistanês para conseguir documentos no país. Segundo uma autoridade local, ela poderia enfrentar entre 7 e 14 anos de prisão, além de uma multa entre US$ 3 mil e us$ 5 mil, se for condenada.
O Paquistão realizou nos últimos meses uma grande campanha de verificação para descobrir os proprietários de documentos de identidade do país obtidos de forma fraudulenta. O país tem 1,4 milhão de afegãos registrados como refugiados, segundo a ONU ? e é a terceira nação com o maior número de pessoas asiladas no mundo.

