Cotidiano

Escolhido líder por Temer, Aloysio já declarou não querer interino na Presidência

2011 460767408-2011100524091.jpg_20111005.jpgRIO ? Antes de se tornar líder do governo do presidente interino Michel Temer no Senado, no início do ano passado, o tucano Aloysio Nunes Ferreira (SP) defendeu publicamente não desejar que o peemedebista, então vice, assumisse a Presidência do país. Na época, em 9 de março de 2015, Aloysio se posicionou contra a saída da presidente, agora afastada, Dilma Rousseff ? na contramão do seu partido, o PSDB, um dos principais defensores do impeachment ? por preferir, em suas palavras, ?sangrar? a petista. Questionado pelo GLOBO sobre a mudança de posição, o senador ainda não se manifestou.

? Não quero que ela saia, quero sangrar a Dilma, não quero que o Brasil seja presidido pelo (vice-presidente, do PMDB) Michel Temer. (…) Vejo essa palavra (impeachment) como expressão de rechaço à ordem atual, sem entrar no mérito ? afirmou o senador, durante um evento em São Paulo, que também teve a participação do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso.

O tucano também criticou, cinco meses depois, uma manobra de líderes da oposição para facilitar a aprovação da abertura do processo contra Dilma na Câmara. A intenção era dar andamento ao impeachment com maioria simples, o que não foi possível. Para a aprovação na Casa, foram necessários 342 votos dos 511 parlamentares presentes. No caso de Dilma, o impeachment avançou ao Senado com 272 votos dos deputados.

? Não acredito que isso vá à frente. É o tipo de manobra que não se faz num quadro dessa gravidade. É chicana parlamentar ? avaliou o tucano, em entrevista à ?Folha de S. Paulo?.

Aloysio Nunes, no entanto, mudou o discurso e se tornou um dos principais articuladores do impeachment. Em abril, o tucano chegou a viajar a Washington, nos EUA, sob o temor de Dilma citar que era vítima de um ?golpe? em seu discurso na cerimônia de assinatura de um acordo climático, o que não se confirmou. No último dia 12, na votação sobre a admissibilidade do processo contra Dilma no Senado, o tucano votou a favor da abertura do inquérito e, consequentemente, do afastamento da presidente.

Nesta terça-feira, após se reunir com o partido e decidir aceitar o convite de Temer para a liderança, Aloysio disse que sua primeira tarefa será buscar o diálogo para apoiar as medidas econômicas que façam girar a economia, em pauta no Congresso.