Apesar dos esforços da Secretaria de Saúde em combater o mosquito da dengue em Cascavel, os números não são nada animadores. De acordo com o novo Boletim Epidemiológico da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Cascavel registra, de julho de 2019 até ontem (18), 140 casos confirmados de dengue, crescimento de 64,7% em apenas uma semana.
Do total de 140 casos, 127 são autóctones, cinco importados e oito atribuídos. Além disso, há ainda 306 casos em análise por serem considerados suspeitos.
Vale destacar que o Município conta com alto índice de infestação de 5,2% do LirAa (Levantamento de índice Rápido Amostral por Aedes aegypti).
Os dados confirmam para o alto risco de epidemia. “Essa preocupação já vem sendo falada há algum tempo. Se a população não colaborar com a gente, eliminando focos e criadouros, há uma probabilidade de o Município entrar em epidemia e é o que não queremos. Precisamos que esses números parem de crescer”, enfatiza a diretora de Vigilância em Saúde, Beatriz Tambosi.
Segundo ela, um dos fatores para esse aumento de casos é a divulgação massiva da imprensa sobre os sintomas, o que tem levado muitos cascavelenses às unidades de saúde. “A população fica mais atenta. Dessa forma, temos diagnósticos mais precisos e com mais agilidade”.
Beatriz ressalta que os agentes de Endemias têm trabalhando intensamente nos mutirões de combate à dengue. No entanto, essa luta é uma responsabilidade de todos os cidadãos, que precisam adotar cuidados diários para eliminar o vetor.
Mutirão: 16,5 mil portas fechadas
Conforme o balanço da Vigilância em Saúde Epidemiológica de 27 de janeiro até 14 de fevereiro, foram visitadas em Cascavel mais de 48 mil residências. No entanto, 16,5 mil vezes os agentes não puderam realizar o trabalho porque não tiveram acesso aos imóveis. Ou seja, 34% das casas não foram vistoriadas, o que configura um grande entrave a toda a campanha de mobilização contra o mosquito.
A esperança para reverter os dados tem sido os agendamentos de vistoria. “Por favor, atendam o comunicado de agendamento para que os agentes realizem a inspeção fora do horário comercial”, apela a diretora da Vigilância em Saúde, Beatriz Tambosi.
O agendamento é simples. Quando os agentes se deparam com a casa fechada, eles deixam um aviso aos moradores para que entrem em contato e marquem uma visita. Dessa forma, os agentes podem retornar e fazer o trabalho. O agendamento pode ser marcado inclusive nos fins de semana. Os telefones para contato são (45) 3902-1769 e (45) 3902-1353. Desde o início das ações, apenas 218 cidadãos fizeram o agendamento.
Limpeza de lotes e imóveis fechados
Nessa terça-feira (18), representantes da Secretaria de Saúde, do Território Cidadão, da Sanepar, de Associações de Moradores, da Transitar/Cettrans, de entidades, empresários e outros interessados que fazem parte do Comitê Municipal de Combate ao Aedes, reuniram-se na Vigilância em Saúde Ambiental para discutir ações de enfrentamento ao mosquito e traçar estratégias para que o Município não chegue ao status de epidemia.
Dentre as ações discutidas estão limpeza de terrenos – inclusive imóveis fechados -, incentivo para a população incorporar uma rotina de cuidados com os focos e até mesmo ações por meio das redes sociais.
No Paraná
O Paraná, que já foi declarado em alerta para epidemia de dengue, registra 26.692 casos da doença, com 24 mortes. São 76.285 notificações de suspeitos. Em 325 dos 399 municípios há registro de dengue e 78 deles já estão em situação de epidemia.