BAGDÁ – Atentados reivindicados pelo Estado Islâmico contra uma fábrica de gás de cozinha estatal na periferia norte de Bagdá mataram pelo menos 11 pessoas neste domingo, incluindo policiais, e feriram outras 21, disseram fontes policiais. No mesmo dia, 37 policiais e recrutas morreram em dois atentados no Iêmen, um deles reivindicado pelo grupo extremista,
no porto de Mukalla, região leste do país.
O EI atacou pela segunda vez em poucos dias a cidade de 200.000
habitantes, recuperada há apenas um mês das mãos do grupo rival al-Qaeda pelas
forças do governo com o apoio da Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e
Estados Unidos.
Um homem-bomba se infiltrou entre vários jovens recrutas reunidos
na sede da polícia em Mukalla no distrito de Fuwah, e detonou os explosivos. Ao
menos 31 pessoas morreram e mais de 60 ficaram feridas.
Pouco depois, um segundo ataque com explosivos diante do
escritório do chefe de polícia da região de Hadramut, o general Mubarak
al-Oubthani, matou seis seguranças do comandante e deixou um oficial ferido.
Em um comunicado divulgado na internet, o EI reivindicou o ataque
suicida, a segunda intervenção do grupo extremista em uma área conhecida por ser
um reduto da rival Al-Qaeda.
“O irmão Abu al-Bara al-Ansari detonou o cinturão de explosivos
em um encontro de apóstatas das forças de segurança”, afirma o comunicado.
A guerra no Iêmen, um conflito entre o governo, apoiado pela
Arábia Saudita e Washington, e os rebeldes xiitas huthis, respaldados pelo Irã,
começou em março de 2015 e deixou mais de 6.400 mortos, 30.500 feridos e 2,8
milhões de deslocados, de acordo com a ONU.
No Iraque, incêndio em refinaria
Já no Iraque, um carro-bomba explodiu na entrada de uma refinaria em Taji por volta das 6h, permitindo que outro veículo que transportava pelo menos seis agressores com coletes explosivos entrasse na fábrica, onde eles confrontaram forças de segurança, segundo as fontes.
Um porta-voz do Comando de Operações de Bagdá disse que três locais de armazenagem de gás da instalação foram incendiados em meio à violência, antes que as forças de segurança pudessem deixar a situação sob controle.
Um funcionário da fábrica que vive nas proximidades disse que, após ouvir uma forte explosão, viu chamas e fumaça preta vindo de dentro da fábrica.
Dezenas de policiais e veículos do Exército correram para o local, onde um tiroteio durou cerca de uma hora, afirmou.
O governo iraquiano afirma que o EI controla apenas 14% do território do país, depois de chegar a dominar quase 40% em 2014. Mas o grupo intensificou os ataques nos últimos meses.
No sábado, cinco pessoas, incluindo três civis, morreram em um ataque do EI em uma cidade da província de Al-Anbar, oeste do Iraque.