BRASÍLIA – Logo depois de ser empossado presidente da República, Michel Temer renunciou à presidência nacional do PMDB. Ele estava afastado temporariamente do cargo, mas a função tornou-se incompatível com o cargo executivo. O senador Romero Jucá (RR) passou a ser o presidente do partido formalmente a partir desta quinta-feira.
Passado o impeachment, o peemedebista disse que o momento é de organizar a base de sustentação a Temer, de forma a aprovar as medidas de ajuste e as reformas previdenciária e trabalhista.
? Temos que ter muita consciência de que precisamos construir uma base política que dê operacionalidade e rapidez às decisões de um governo de curto espaço de tempo, um governo de dois anos. Precisamos também discutir com a sociedade, por meio de segmentos organizados, pois as medidas terão que ser muito bem entendidas e o contexto dessas medidas também muito bem explicado ? disse Jucá.
INCÔMODO COM DIVISÃO DA VOTAÇÃO
Jucá negou que o PMDB tenha patrocinado algum tipo de acordo para manter a habilitação ex-presidente Dilma Rousseff para cargos públicos. Jucá lembrou que, desde o início da discussão sobre o processo de impeachment com o presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, o PT queria desmembrar a votação. Segundo Jucá, o desmembramento incomodou Temer.
? O PMDB não patrocinou nenhum tipo de acordo para isso. Eu votei favorável à decisão de punição porque entendo que ela (a cassação) não é divisível. Uma coisa (a punição) é consequência da outra (a cassação). Não dá para se fazer uma cassação e não retirar os direitos políticos. Portanto, a penalização é automática, na minha avaliação e pela Constituição. Os seguidores da ex-presidente e os articuladores do ex-governo foram buscando senadores no intuito de sensibilizar e encaminhar para uma linha vitimização? afirmou.
Segundo Jucá, o desmembramento incomodou Temer:
? A votação de ontem não só incomodou o presidente Michel Temer como incomodou todos aqueles que entendem que, juridicamente, não cabia esse tipo de divisão. Se houve algum tipo de entendimento entre algumas pessoas do PMDB, isso não foi – em nenhum momento – nem trazido pro comando do partido, nem para o presidente Michel Temer e nem para a coordenação política do governo.